Estado mantém cuidados com unidades de conservação durante a pandemia

Enquanto trilhas são limpas, parques fechados ao público investem em interação pelas redes sociais

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Atualmente, o IEF administra 92 unidades de conservação no estado, das quais 21 são abertas ao público
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O cuidado com as unidades de conservação em Minas Gerais, administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), permanece durante o período de distanciamento social provocado pela pandemia da covid-19. Apesar da suspensão das visitas, servidores de parques estaduais, estações ecológicas e monumentos naturais seguem fazendo a manutenção de trilhas, aceiros e demais áreas das unidades. 

Os trabalhos são realizados levando em consideração as diretrizes sanitárias do Comitê Extraordinário Covid-19, do Governo de Minas. Além da manutenção nas áreas verdes, transmissões ao vivo em redes sociais também começam a ser produzidas para integrar o público às unidades de conservação durante a quarentena. Atualmente, o IEF administra 92 unidades de conservação no estado, das quais 21 são abertas ao público.

Um dos espaços abertos à visitação em períodos normais é o Parque Estadual do Pico do Itambé, localizado nas cidades de Serro e Serra Azul de Minas, na região Central. Lá, os funcionários foram escalados de maneira estratégica para evitar aglomerações durante o desempenho das atividades de manutenção das áreas e dos atrativos, de acordo com a gerente da unidade, Silvia Duarte. 

“Fizemos uma escala de forma que no máximo duas pessoas vão para a manutenção de um espaço e nossa orientação é para que todos usem máscaras”, frisa a gerente. Durante o período sem visitação, as ações têm se concentrado na limpeza de trilhas de uso público e trabalhos nos aceiros (recursos utilizados na prevenção de incêndios florestais). “Quando chegar o momento de reabertura dos parques estaremos em boas condições de atender a população”, acrescenta. 

Serra Verde

Situação parecida ocorre no Parque Estadual Serra Verde, localizado na região Norte de Belo Horizonte. Segundo o gerente André Portugal Santana, os trabalhos essenciais para a proteção da unidade de conservação vêm sendo realizados. “Sem essas atividades, a gente corria o risco de uma perda ambiental muito grande. Nossas ações envolvem, principalmente, a proteção da unidade e a manutenção das áreas verdes contra crimes ambientais”, destaca. 

Além da manutenção de trilhas e aceiros, os servidores do Serra Verde, que também trabalham respeitando o distanciamento social e utilizando máscaras, fazem plantio de mudas e outras ações no viveiro. “Esperamos reabrir a unidade ao público com um padrão igual, ou quem sabe até melhor, de quando houve a suspensão da visitação, porque temos visto em alguns estudos que a natureza está se recuperando também com este distanciamento do ser humano”. 

Outras unidades do Estado com atividades similares são o Monumento Natural Estadual Peter Lund, o Parque Estadual do Ibitipoca, a Estação Ecológica de Corumbá, o Parque Estadual Serra do Papagaio e o Parque Estadual Nova Baden. Em todas o trabalho ocorre em turnos intercalados, com divisão dos servidores e uso de máscaras e outros equipamentos de proteção individual (EPIs).

Divulgação / IEF

Diretor de Unidades de Conservação do IEF, Cláudio Castro explica que a manutenção é necessária neste período e pode ajudar a inibir práticas de crimes ambientais nas áreas. “A obrigação de cuidar desses espaços permanece. São estruturas complexas, territorialmente muito grandes. É importante que se mantenha uma dinâmica de trabalho e de fiscalização também”, pondera.

Castro acredita que, ao fim da quarentena, as unidades de conservação podem ser um dos destinos mais procurados por turistas. “Esperamos um fluxo de visitação grande, que vai contribuir para a dinâmica de recuperação econômica do estado e dos municípios. Para isso, elas precisam estar em boas condições”, complementa.  

Interação nas redes sociais 

As lives também estão na rotina das unidades de conservação de Minas Gerais durante a pandemia. A primeira foi realizada pela gerente do Parque Estadual do Ibitipoca, na Zona da Mata Mineira, Clarice Silva, no último sábado (2/5).

Com o intuito de integrar a sociedade à rotina e às curiosidades do parque, a transmissão ocorreu no Instagram (@peibitipoca). “A ideia surgiu quando fui vendo que muitas pessoas estão sentindo falta de visitar o espaço. A live é uma oportunidade de levar o parque às pessoas”, diz. Outras transmissões serão realizadas. A próxima será no sábado (9/5), às 10h. A live terá a participação de Pablo Casella, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “Estamos propondo temas de educação ambiental, da atualidade. É um momento de troca de conhecimento e informações, porque é função do parque também educar ambientalmente e engajar a sociedade na valorização da conservação dos recursos naturais”, acrescenta.

O diretor de Unidades de Conservação do IEF, Cláudio Castro, destaca que as lives fazem parte do contexto atual, mas serão incorporadas nas rotinas das unidades de conservação. Para ele, a atividade é um momento de compartilhamento de experiências, além de propor uma interação com os visitantes. “É como se a gente tivesse conseguido colocar as pessoas dentro do parque, mesmo estando cada uma em suas casas", diz. 

As lives podem estreitar as relações da unidade com a sociedade civil e órgãos parceiros, como explica o diretor-geral do IEF, Antônio Malard: “Com o espaço do chat, as pessoas podem fazer perguntas e tem as respostas na medida do possível. É um momento importante de abrir um debate, mostrando a visão do órgão ambiental sobre diversos temas. E uma oportunidade de discutir sobre como enfrentaremos a nova realidade para a visitação após a crise do coronavírus”, afirma.

Divulgação / IEF

Além das lives do Ibitipoca, outras transmissões, com gerentes de outros parques e convidados, vão ocorrer. As atividades serão previamente divulgadas nas redes sociais do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Sisema) (@meioambienteminasgerais). 

Suspensão de visitas 

A suspensão da visitação nas unidades de conservação administradas pelo IEF no estado, conforme determinação do Comitê Extraordinário Covid-19 do Governo de Minas, começou em 17/3, foi prorrogada em 16/4 e não tem prazo estipulado para término.



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