Estudo faz mapeamento social dos efeitos do agronegócio em comunidades tradicionais

Unimontes integra rede nacional de pesquisa sobre o tema, juntamente com outras 11 instituições de ensino superior

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A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) integra uma rede nacional de pesquisa com outras 11 instituições de ensino superior. Trata-se do projeto “Conflitos Sociais e Desenvolvimento Sustentável no Brasil Central”, que tem objetivo de realizar o mapeamento social dos efeitos da expansão dos agronegócios sobre os processos diferenciados de territorialização de distintos grupos étnicos – reconhecidos pela categoria jurídica de povos e comunidades tradicionais.

Uma das iniciativas do projeto é a produção de “Fascículos”, documentos que reproduzem mapas situacionais dos territórios elaborados pelas comunidades e dados estratégicos como histórias de vida, lugares sagrados, conflitos ambientais, lutas e resistências no território, dentre outros temas.

Na Unimontes, o projeto foi desenvolvido com as comunidades tradicionais do Norte de Minas, do Quilombo Buriti do Meio (município de São Francisco), da Comunidade Vazanteira de Pau de Légua (município de Manga) e com a Articulação Vazanteiros em Movimento (Comunidades Tradicionais Vazanteiras do Rio São Francisco).

O material foi entregue na primeira quinzena de agosto, na Escola Estadual Fazenda Passagem Funda, na Comunidade Quilombola Buriti do Meio, onde estiveram presentes alunos, familiares, diretores, professores, integrantes da associação comunitária e parceiros. O evento foi marcado por apresentações culturais e relatos de experiência dos participantes, que comemoraram a ajuda que o projeto proporcionou para conseguir energia elétrica para cerca de 80 famílias da comunidade.

Em Matias Cardoso, os “Fascículos” foram entregues em solenidade na Câmara de Vereadores para os representantes da comunidade e da Associação Vazanteira de Pau de Légua, representantes dos setores de Educação e de instituições parceiras.

Nos relatos de experiência, os participantes do projeto exaltaram a importância dos trabalhos realizados pela Unimontes com as Comunidades Tradicionais, numa espécie de reflexão sobre as estratégias de resistência e, ainda, formalizaram novos encaminhamentos para a continuidade do projeto.

Dinâmica

Crédito: Amanda Lélis

O Núcleo do Norte de Minas Gerais do projeto “Conflitos Sociais e Desenvolvimento Sustentável no Brasil Central” é responsável por ministrar oficinas de cartografia social, entrevistas e uso de GPS para povos e comunidades tradicionais, como suporte para a construção de mapeamentos de terras tradicionalmente ocupadas. São justamente os relatos e os mapas situacionais que compõem os “Fascículos” e boletins.

A iniciativa é resultado de um convênio do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social – PPGDS/Unimontes com a Universidade Estadual do Maranhão (Uema). A coordenação regional é das professoras doutoras Andréa Narciso Rocha de Paula e Felisa Anaya, vinculadas ao PPGDS e o Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental (Niisa). A rede nacional é coordenada pelos professores doutores Helciane de Fátima Abreu Araújo (Uema) e Alfredo Wagner Berno de Almeida (Uema/UEA/Ufam).

Na Unimontes, o projeto conta com a participação de professores, doutorandos, mestres, mestrandos e graduandos de diversas áreas. A iniciativa reforça a importância da pesquisa e da extensão como propostas interdisciplinares e enfatiza o papel social da universidade para a população norte-mineira.



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