Governo certifica primeira turma do Curso de Zoneamento Ambiental e Produtivo
Capacitação sobre a Metodologia ZAP tem por objetivo habilitar para o uso da ferramenta, que é fundamental para o diagnóstico de sub-bacias hidrográficas
A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) acaba de realizar a entrega dos certificados dos primeiros profissionais preparados no curso Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP). A solenidade ocorreu no último sábado (15/6), ocasião em que uma videoconferência permitiu a integração de alunos distribuídos em três polos distintos da Rede Uaitec, nos municípios que receberam o treinamento: Belo Horizonte, Viçosa e Rio Paranaíba.
Conhecida como Metodologia ZAP, a ferramenta tem sido aplicada para atender demandas da própria sociedade, que tem buscado maior conhecimento da situação geral das sub-bacias hidrográficas. O objetivo do instrumento é solucionar, por exemplo, conflitos locais relacionados ao uso dos recursos hídricos, ou mesmo implantar programas de desenvolvimento sustentável ou de preservação ambiental.
A ferramenta permite a realização de um diagnóstico das sub-bacias hidrográficas. Dessa forma, viabiliza a sistematização das informações sobre seu potencial produtivo, levando em consideração as limitações do uso dos recursos naturais.
Coordenado pelas secretarias de Agricultura e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, com execução em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o curso foi direcionado para os profissionais com formação de nível superior nas áreas de engenharias, geociências e biológicas.
Estruturado na modalidade semipresencial, o treinamento teve duração de três meses, com uma procura que superou as expectativas. “O curso foi projetado para 75 vagas, somando-se os três polos onde foi realizado, mas recebemos 300 solicitações de inscrições. O aproveitamento também foi acima da média: quase 80% dos alunos finalizaram a capacitação”, afirma o assessor especial da Seapa, Luciano Baião Vieira.
O coordenador estadual de bovinocultura da Emater-MG, Nauto Martins, um dos alunos certificados do polo de Belo Horizonte, destaca positivamente o curso sobre a metodologia ZAP. “Trabalhei com manejo integrado de sub-bacias hidrográficas 25 anos atrás, numa época em que não existiam essas tecnologias de geoprocessamento e imagens de satélites", conta Martins.
Para ele, o curso foi uma oportunidade. "Quanto maior o nosso conhecimento, melhor é a nossa possibilidade de superar os desafios, especialmente no trabalho de planejamento das atividades dentro de uma propriedade rural, que precisa levar em conta o contexto geoambiental onde está inserida. O curso foi muito bom e saio com uma boa noção do trabalho que pode ser desenvolvido com essa metodologia”, elogia.
Para o analista ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Carlos José Silveira, também aluno do polo de Belo Horizonte, o curso foi de grande valia profissionalmente e, também, para a a instituição.
“Meu trabalho está relacionado com restauração de ecossistemas e conservação de nascente, e vi como boa surpresa a oportunidade de realizar o curso. O Zoneamento Ambiental e Produtivo é uma ferramenta que traz inúmeras possibilidades na gestão de território. Além disso, na medida em que há escassez de recursos, a ferramenta vai nos ajudar na priorização das áreas a serem trabalhadas. O curso não só atendeu, como superou as minhas expectativas”, afirma.
Segundo a diretora-geral do Instituto de Planejamento Municipal da prefeitura de Viçosa, Gerusa Coelho, o curso vai fazer diferença no trabalho de planejamento urbano da cidade. “A partir do conhecimento que tivemos com o treinamento, nosso olhar será diferenciado - e percebemos que temos muito a desenvolver. O curso mudou o ânimo da equipe, integrou e unificou todo o nosso grupo de trabalho”, avalia.
Segundo o secretário-adjunto da Seapa, Amarildo Kalil, os cursos de capacitação cumprem a proposta de transformar o ZAP numa ferramenta universal. “É uma metodologia que tem grande potencial de uso e pode auxiliar na solução de problemas sérios, especialmente aqueles relacionados ao uso das bacias hidrográficas e dos recursos naturais. E para atingir esse objetivo precisamos investir na formação de pessoas capacitadas no uso da ferramenta”, afirma.
Como desdobramento da formação da primeira turma, está sendo preparada nova edição do curso. A ideia é que o próximo treinamento seja estruturado em modalidade com maior parte presencial e voltado para os núcleos, que são os grupos formados por profissionais multidisciplinares dentro das instituições de ensino, pesquisa e extensão.