Presos vão fabricar blocos para pavimentação de vias públicas a partir de rejeitos siderúrgicos

Termo de parceria foi assinado em Timóteo pela Sejusp com seis instituições públicas e privadas. Cinco presos já estão em treinamento na fábrica instalada dentro do presídio

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Parceria foi assinada no auditório da Prefeitura de Timóteo, no Vale do Aço
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Cinco presos que cumprem pena no Presídio de Timóteo, no Vale do Aço, já estão em treinamento na oficina instalada dentro da unidade prisional para aprenderem a fabricar, a partir de rejeitos da siderurgia, peças tipo bloquetes que servirão para fazer o calçamento de vias públicas e praças do município. O trabalho é resultado do projeto “Novos Caminhos”, assinado na última quinta-feira (19/9), no auditório da Prefeitura de Timóteo, por sete instituições públicas e privadas.

Assinaram a parceria a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a Usiminas, a Prefeitura de Timóteo, a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), o Consórcio Intermunicipal Multifinalitário do Vale do Aço (CIMVA), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) – Regional Vale do Aço e a Empresa Precomol – Pré-Moldados e Construções. 

Os rejeitos siderúrgicos, chamados de siderbrita, serão doados pela Usiminas e o que antes era descartado e não tinha utilização sustentável, agora será transformado em calçamento, beneficiando toda a população. O trabalho dos cinco internos – já com previsão de contratação de outros cinco – irá gerar um ciclo de sustentabilidade ambiental somado à ressocialização de indivíduos presos. A Apac disponibilizará mão de obra prisional para fazer o trabalho de pavimentação no município.

Para o secretário-adjunto de Segurança Pública, Alexandre Leão, o projeto tem vantagens para todos os participantes e para a sociedade de forma geral. “Nada melhor do que o trabalho para dignificar o homem. Neste sentido, os detentos e seus familiares são beneficiados nestes Novos Caminhos. Todos os envolvidos nesta importante iniciativa estão de parabéns”, enfatizou.

A destinação sustentável do resíduo siderúrgico e o emprego da mão de obra prisional torna o projeto de grande importância em termos ambientais e sociais. O uso dos blocos gera economia para os cofres públicos, protege o meio ambiente e contribui com a ressocialização, por meio da qualificação da mão de obra dos detentos.

O gestor corporativo de coprodutos e sustentabilidade da Usiminas, Henrique Santos, destacou a necessidade de integração da sociedade em prol do meio ambiente e melhoria de vida da população. “Este projeto representa nosso compromisso com as questões sociais e ambientais, portanto, ele será replicado em outras cidades. A próxima será Ipaba”, garantiu.

Funcionamento

A fabricação dos blocos intertravados à base de agregado siderúrgico (siderbrita) no Presídio de Timóteo nasceu de uma conversa informal entre o diretor-geral da unidade prisional, Leandro Macedo, e o prefeito da cidade, Douglas Willkys. “Ele me contou que havia uma máquina de fabricação de blocos de concreto que estava inutilizada no presídio. A partir daí todos os atores do Projeto Novos Caminhos foram dando sua contribuição, até se tornar realidade”, relatou o prefeito.

Segundo Willkys, o custo de um bloco já instalado praticado no mercado chega a ser o dobro do que será produzido pelos presos. “Vamos proporcionar mais benefícios para a cidade, e ainda gerar novas frentes de trabalho para os indivíduos privados de liberdade”, garante o prefeito.

Após a doação do agregado siderúrgico pela Usiminas, a CIMVA fará o transporte para o Presídio de Timóteo e a prefeitura realizará a compra e a entrega de demais insumos necessários para a conclusão do processo de fabricação para o presídio. A direção da unidade selecionará e disponibilizará detentos para trabalhar na fábrica e a Precomol ficará responsável pelo treinamento. Por fim, a Apac disponibilizará mão de obra qualificada para instalação do produto acabado nas vias do município de Timóteo.



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