Produtores de Itamarandiba retomam produção de abacaxi após crise na atividade

Lavouras foram quase extintas por causa da fusariose, doença causada por fungos

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Pico da colheita da fruta é de dezembro a março, a maior parte da produção é comercializada na Ceasa da Região Metropolitana de Belo Horizonte
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Agricultores de Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, estão retomando a produção de frutas e diversificando as atividades no campo. Durante muito tempo, o município foi um dos grandes produtores de abacaxi em Minas Gerais. Chegou a ter uma área de 300 hectares plantada com a fruta. Mas a grande incidência da fusariose, uma doença causada por fungos, e o interesse no plantio de eucalipto fizeram com que o cultivo de abacaxi fosse reduzido drasticamente.  Há cerca de seis anos, o município contava apenas com dois hectares plantados com a fruta.

Nos últimos anos, produtores voltaram novamente a atenção para o plantio de abacaxi. Atualmente 15 agricultores investem na atividade, com uma área de 30 hectares plantados. A Emater-MG, vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa),  dá orientações para a formação de mudas de qualidade, além de dar assistência técnica sobre outros tratos culturais e acesso ao mercado  “O abacaxi produzido aqui é o Jupi, muito doce,  de massa amarela e alta qualidade. O clima da região favorece a cultura”, explica o engenheiro agrônomo da Emater-MG do município, João Batista Araújo.

Para evitar novas incidências da fusariose, a Emater-MG orienta os produtores a produzir mudas a partir do seccionamento do caule de plantas sadias. “Isso elimina 90% da possibilidade de desenvolvimento da doença. Já fizemos 3 milhões de mudas por seccionamento, com bons resultados”, explica o técnico.

O pico da colheita da fruta é de dezembro a março. A maior parte da produção é comercializada na Ceasa da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na safra anterior, foram vendidas 120 toneladas de abacaxi.

O produtor Pedro Rodrigues lembra que já teve uma grande área plantada com abacaxi. Ele foi um dos pioneiros no município. Desistiu da atividade por causa da fusariose nas lavouras. “Comecei a plantar em 1993. Cheguei a ter 30 hectares de abacaxi. Muita gente começou a plantar também, aí a doença se espalhou e eu desisti. Fui trabalhar como carreteiro”, conta.

Agora, com o município livre da doença, ele está novamente investindo na produção da fruta. Fez uma parceria com outro produtor que já tinha uma área de cinco hectares e está conduzindo uma lavoura já em produção. E também está formando uma lavoura própria, de dois hectares.

De acordo com produtor, no final de 2020, a produção deverá crescer no município, pois muitos agricultores estão formando lavouras. O abacaxi leva pouco mais de um ano para começar a produzir. “A vantagem da região é que o abacaxi de Itamarandiba chega ao mercado quando as outras regiões produtoras estão encerrando a colheita. A gente consegue um preço melhor”.

Limão e melancia

Além do abacaxi, os agricultores de Itamarandiba apostam em outras frutas para diversificar a renda. Uma delas é o limão. Seis agricultores já iniciaram o plantio. “Estes produtores foram atraídos pelos picos de preço que o limão costuma apresentar. Além disso, as nossas condições permitem a produção de uma fruta graúda, de boa qualidade”, afirma João Batista.

A área plantada é de 15 hectares e a produção em 2019 foi de 1,5 tonelada. Os plantios ainda são novos, por isso, a produção tende a crescer. Além da Ceasa de região de Belo Horizonte, as vendas são feitas no próprio município.

Outra fruta que está ganhando espaço na região é a melancia, com uma produção anual de 500 toneladas. Aproximadamente oito produtores investem na fruta, em uma área de dez hectares. O pico da safra coincide com o do abacaxi, no período das chuvas. 



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