Saúde estuda proposta de nova ferramenta para gestão hospitalar

Metodologia DRG otimiza serviços, direcionamento clínico e custos de tratamento de pacientes que precisam de internação

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Um novo sistema de gestão hospitalar tem sido avaliado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Trata-se da adoção da metodologia de Grupos Relacionados em Diagnósticos (Diagnosis-Related Groups – DRG), que pode ser implantada em hospitais prestadores de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS). A metodologia, desenvolvida nos EUA e aplicada em diversos centros de saúde do mundo, promove a inovação da assistência a pacientes com necessidade de internação hospitalar.  

“O DRG é uma ferramenta que conta com larga experiência internacional, tendo mais de 40 anos de desenvolvimento em diversos países. Ele permite que seja feita uma gestão clínica melhorada em relação a pacientes que possuem comorbidades e condições de saúde associadas à causa que levou à internação. Assim, a assistência leva em conta todas as morbidades do indivíduo. A metodologia torna a gestão mais humana, uma vez que o foco é o paciente como um todo, e não uma doença, além de tornar a gestão mais eficiente”, explica a assessora técnica do Gabinete da SES-MG, Ana Carmen Reis. 

Atualmente, a secretaria estuda a formulação de uma proposta que possa trazer incentivos para que os estabelecimentos de saúde possam adotar o sistema. Importante ressaltar que a implantação do DRG é facultativa, ou seja, não é obrigatória.  

Recursos 
Entre os recursos da ferramenta está, por exemplo, a possibilidade de inserir o paciente em um mesmo grupo de pessoas com condições similares, de forma que o período de internação e seu desfecho tenham eficiência semelhante ou melhor. “Assim, haverá uma lógica estruturada na ampliação da capacidade de gestão dos serviços de saúde conforme avaliação epidemiológica e monitoramento dos achados, direcionando intervenções que tenham maior custo-efetividade, com gestão focada em resultados”, ressalta Reis.

O agrupamento dos pacientes de acordo com a classificação pelo DRG permite ainda a categorização. Por meio dela, será possível identificar de forma imediata um conjunto específico de serviços e atividades em função das necessidades dos pacientes, em um processo assistencial e clínico alinhados e coerentes ao consumo de recursos. “O princípio é que os prestadores estejam focados no doente e não na doença, respeitando-se as características clínicas, demográficas e terapêuticas dos pacientes que influenciam e determinam o tipo e a complexidade dos serviços indispensáveis ao seu tratamento”, aponta a assessora técnica. 

A partir do DRG, também é possível estimar o tempo de internação necessário e, consequentemente, o custo do serviço, o que otimiza recursos financeiros. A implantação demandará treinamentos sobre o funcionamento do sistema e um período de transição e adaptação à metodologia. 
A expectativa da SES-MG é de que a DRG seja apresentada em consulta pública, com previsão para os próximos meses. Um dos pontos a serem discutidos diz respeito à formatação de mecanismos de incentivo para a adesão. 

DRG
O sistema para a classificação de pacientes com condições clínicas agudas foi desenvolvido em 1964, por um grupo de pesquisadores da Universidade de Yale, em Connecticut (EUA), com base no status da admissão no hospital e eventuais comorbidades associadas. Desde então, é utilizado para pagamento de serviços prestados em vários países, além de estar se consolidado como um apoio à eficiência e à efetividade assistencial, estabelecendo as relações entre resultados assistenciais e seus custos. 
 



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