SES participa do simpósio de atualização em Influenza

Evento anual tem objetivo de discutir estratégias de vigilância e vacinação para este ano

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A Secretaria de Estado de Saúde (SES) participou, nesta terça-feira (12/3), do “Simpósio de atualização: influenza”, em Belo Horizonte. O evento contou com a participação de referências técnicas de todo o estado para discutir as ações de vigilância e as estratégias de vacinação para enfrentar a sazonalidade da gripe em 2019. 

Crédito: Marcus Ferreira

Dario Brock Ramalho, subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES, reforça que a atualização sobre a influenza é muito importante para os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que ajuda a responder ao período de sazonalidade com mais efetividade.

“A vigilância epidemiológica é extremamente relevante para reconhecer o avanço da doença e para atuar com ações efetivas em saúde pública. Por isso, buscamos aprender com a experiência e compartilhar conhecimentos sobre o cenário atual da influenza, para fortalecer a atuação dos agentes dos estados, das regionais de saúde e dos municípios”, diz Dario Brock.

Para a superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador, Jordana Costa Lima, o papel da SES é uma vigilância preventiva. “A SES realiza uma capacitação anual com seus profissionais, para conhecer quais os vírus estão circulando no Brasil e no mundo e para estudar o cenário epidemiológico. É assim que nos preparamos enquanto saúde pública, definindo ações de vigilância e estratégias para vacinar o maior número possível de pessoas”, enfatiza a superintendente.

Cenário epidemiológico

A diretora de Vigilância Epidemiológica da SES, Janaína Fonseca Almeida, apresentou o cenário atual da influenza no mundo e no Brasil, mostrando a especificidade do estado. Segundo Janaína, é necessário estar alerta ao cenário epidemiológico atual, para antecipar estratégias e ações. 

“No mundo inteiro, observa-se um aumento do número de casos de influenza, indicando que devemos ter uma grande circulação do vírus da gripe no próximo período de sazonalidade. A vigilância tem como prioridade conhecer a circulação do vírus e alertar os profissionais que atuam nos serviços de saúde. É assim que garantimos que o diagnóstico seja feito de forma mais rápida e que o doente tenha acesso ao medicamento em tempo oportuno”, disse Janaína Almeida.

Crédito: Marcus Ferreira

Em 2019, em Minas Gerais, já foram notificados 187 casos de SRAG e cinco casos de influenza. Em 2018, ocorreram 3.245 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado, com 351 casos de influenza e 99 óbitos. A maioria dos óbitos ocorreu entre adultos maiores de 60 anos e em pessoas com fatores de risco, como doenças crônicas e obesos. O vírus de maior circulação foi H1N1, principalmente nas regiões Sul, Centro, Sudeste e Triângulo do Norte.

Campanha de vacinação

Este ano, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza acontece no período de 15 de abril a 31 de maio, sendo 4 de maio o dia de mobilização nacional, o Dia D. A meta é vacinar, pelo menos, 90% dos grupos elegíveis para a vacinação.

Eva Lídia Arcoverde, referência Técnica do Centro de Referências para Imunológicos Especiais (CRIE) da SES, disse que, para atingir a meta de vacinação, regionais de saúde, municípios e equipes de Saúde da Família trabalham junto para planejar as ações da campanha com antecedência.

“O sucesso da vacinação contra influenza depende de uma estratégia bem coordenada. Para isso, serão utilizadas busca ativa do público alvo com vacinação de crianças em escolas, vacinação de idosos em instituições de longa permanência, divulgação em mídias e ações no dia D”, explicou.

Nesta campanha, a vacinação foi ampliada para as crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias). Também fazem parte do público elegível os adultos com 60 anos ou mais de idade, as gestantes, as puérperas (até 45 dias após o parto), os trabalhadores da Saúde, os professores das escolas públicas e privadas, os povos indígenas, os grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, a população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional.

Para atender às necessidades de proteção contra influenza, a composição da vacina é estabelecida anualmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com base nas informações recebidas de laboratórios de referência sobre a prevalência das cepas circulantes. As vacinas da influenza sazonal são geralmente modificadas anualmente para proteção contra as cepas virais da gripe em circulação. A composição da vacina a ser comercializada ou utilizada no Brasil para a temporada de 2019 foi divulgada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A doença

A influenza (gripe) é uma doença respiratória infecciosa de origem viral, de elevada transmissibilidade e distribuição global, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais. Pode levar ao agravamento e ao óbito, especialmente nos indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco para as complicações da infecção como crianças menores de 6 anos de idade, gestantes, adultos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais.

De acordo com o geriatra do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, Rodrigo Ribeiro dos Santos, a influenza pode ser um gatilho para desencadear outras doenças em pessoas com mais de 60 anos. “A influenza tem um impacto muito grande entre os idosos e, muitas vezes, pode desencadear doenças como AVC, infarto e asma. Por isso, a vacinação contra a gripe é muito importante entre esse público”, reforçou.

O infectologista José Geraldo Leite explica que também as crianças são fortemente impactadas pela influenza. Segundo o médico, ocorre um aumento em 30 a 50% do número de consultas e em até 100% das hospitalizações de crianças durante os períodos de sazonalidade da doença. “Durante esse período, as unidades de saúde que atendem crianças precisam ficar atentas. A vigilância em saúde tem esse papel de alertar os profissionais sobre a circulação do vírus e sobre a necessidade de atendimento adequado nas primeiras horas”, disse.



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