Sistema de Áreas Protegidas do Projeto Jaíba completa 20 anos

Unidades de conservação que integram o projeto cumprem papel de grande relevância ambiental

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O Parque Estadual da Mata Seca completou o sistema de irrigação no ano 2000
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O ano de 2019 ficará marcado para as sete unidades de conservação que integram o Sistema de Áreas Protegidas (SAP) do Projeto Jaíba, que completa duas décadas. Essa é a maior iniciativa de irrigação da América Latina e a primeira do tipo em Minas Gerais, distribuída por cerca de 70 mil hectares.

Parque Estadual da Mata Seca (Crédito: Evandro Rodney)

As reservas ambientais localizadas no Norte do estado, na margem direita do rio São Francisco, têm uma trajetória de êxitos a partir de educação, preservação e gestão ambiental. O projeto se iniciou nos anos 1970, envolvendo os poderes federal, estadual, prefeituras e a iniciativa privada. 

O supervisor da Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade (URFBio) Alto Médio São Francisco do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Mario Lúcio dos Santos, explica que quando o SAP foi criado, em 1998, já existia a Reserva Biológica Jaíba, no município de Matias Cardoso.

A ela se juntaram a Reserva Biológica Serra Azul, os Parques Estaduais Verde Grande e Lagoa do Cajueiro e as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Serra do Sabonetal e Lagedão. Em 2000, foi criado o Parque Estadual da Mata Seca, completando o sistema.

Santos lembra que o trabalho em uma área tão extensa — quase 220 mil hectares se incluídas as áreas de reserva legal de empresas e de propriedades particulares — exige um esforço para garantir a participação de comunidades. Um dos meios mais eficientes é a utilização do Conselho Consultivo de unidade de conservação que reúne lideranças locais, de órgãos públicos e privados para discutir as questões da área.

“Nos próximos dias, integrantes dos conselhos destas unidades de conservação tomarão posse, até o final do ano, teremos três. Essa divisão visa melhorar a gestão das unidades e aumentar a participação dos atores envolvidos”, diz o supervisor. 

A elaboração dos planos de manejo para todas as unidades de conservação também está em curso. O estudo técnico é necessário para listar as características da unidade e o zoneamento, sendo um instrumento de consulta sobre as questões ambientais, socioeconômicas, históricas e culturais das reservas. As APAs Serra do Sabonetal e Lagedão já têm os documentos prontos.

Revitalização

As unidades de conservação do SAP Jaíba cumprem papel de grande relevância ambiental, protegendo a maior parte do bioma Caatinga existente no território. Também são repositório da fauna aquática, abrigando cursos d´água menores que desaguam no rio São Francisco.

Mario Lúcio dos Santos explica que as lagoas marginais, que se formam à medida que o rio São Francisco ganha volume com as chuvas, também armazenam grande número de peixes. “O IEF realiza um trabalho de revitalização dos lagos para permitir que o ecossistema do rio permaneça sustentável”, afirma.

Constantemente, as equipes do IEF promovem ações de recuperação em cursos d’água e nas lagoas marginais, promovendo mutirões de limpeza, além do cercamento e recuperação de nascentes. Também são realizados trabalhos de sensibilização com professores e alunos de escolas locais e moradores das comunidades locais sobre a importância da preservação da fauna e flora da região.

Unidades

O Parque Estadual da Mata Seca é a caçula das unidades de conservação do Sistema de Áreas Protegidas (SAP) do Projeto Jaíba. Ele está localizado no município de Manga e tem área de cerca de 15 mil hectares, abrigando grandes remanescentes da mata que dá nome ao Parque, cujo símbolo é a Barriguda, uma árvore paineira.

Em Matias Cardoso, o Parque Estadual da Lagoa do Cajueiro também abriga grandes lagoas marginais formadas pelas cheias do rio São Francisco, além da ilha do Cajueiro. Ele foi criado em 1998 e tem área de 20.500 hectares. No local é possível encontrar espécies como a anta, a onça pintada, o jacaré-de-papo-amarelo e o tamanduá.

No mesmo município, o Parque Estadual Verde Grande possui cerca de 25 mil hectares e também foi criado em 1998. A parte norte da unidade se localiza às margens do Rio Verde Grande, divisa de Minas Gerais com a Bahia. As lagoas recebem a visita de diversas aves migratórias para reprodução, formando os chamados ninhais.

Unidades que formam o SAP do Projeto Jaíba:

Reserva Biológica Serra Azul
Data de criação: 8 de outubro de 1998
Área: 3.840,95 hectares
Município: Jaíba


Reserva Biológica Jaíba
Data de criação: 4 de julho 1973
Área: 6.358,00 hectares
Município: Matias Cardoso


Área de Proteção Ambiental (APA) Serra do Sabonetal
Data de criação: 8 de outubro 1998
Área: 82.500,00 hectares
Município: Itacarambi, Jaíba e Pedras de Maria da Cruz


Área de Proteção Ambiental (APA) Lagedão
Data de criação: 8 de outubro de 1998
Área: 12.000 hectares
Município: Matias Cardoso


Parque Estadual da Mata Seca
Data de criação: 20 de dezembro de 2000
Área: 15.360,07 hectares
Município: Manga


Parque Estadual Verde Grande
Data de criação: 8 de outubro de 1998
Área: 25.570 hectares
Município: Matias Cardoso


Parque Estadual da Lagoa do Cajueiro
Data de criação: 8 de outubro de 1998
Área: 20.500 hectares
Município: Matias Cardoso
 



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