Agricultores coordenados pela Emater-MG geram renda e trabalho na Zona da Mata mineira

“Mãos Que Criam” é o nome do projeto que reúne artesanato, agroindústrias, bordados e outras atividades

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Emater-MG / Divulgação

Um coletivo de 32 mulheres e quatro homens da agricultura familiar de Canaã, na Zona da Mata mineira, está fazendo sucesso, com a comercialização coletiva de produtos que vão de doces, conservas, biscoitos, derivados de leite, polpas de frutas, a peças de artesanato e variados bordados, entre outros itens. Batizado com o nome de “Mãos Que Criam”, o agrupamento, coordenado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), recebe o apoio da prefeitura, por meio das secretarias municipais de Cultura e de Turismo.

“Essas secretarias são responsáveis em direcionar melhor as atividades em feiras e eventos da agricultura familiar e turismo regional e já doou equipamentos e vestuários para os membros, explica a extensionista de Bem-estar Social do escritório local da Emater-MG, Alessandra Miranda.

Segundo a técnica, o coletivo teve origem a partir do grupo de WhatsApp “Dicas da Emater”, formado pela empresa pública de extensão rural mineira. O objetivo era manter um canal de atendimento com o público-alvo da Emater-MG, composto de agricultores familiares, utilizando o recurso virtual. A ação foi um modo de enfrentar a distância do isolamento domiciliar, determinado pelas autoridades sanitárias, durante o período mais crítico da pandemia da covid-19, em março de 2020, para conter a doença.

O grupo era formado por 79 integrantes, entre mulheres e homens. Posteriormente, em dezembro de 2020, ele passou a ser denominado “Agroprodutoras”, passando a ser uma agremiação exclusiva de mulheres. Finalmente no início de 2021, o grupo on-line também se tornou presencial e hoje gera renda e trabalho para mulheres e homens da agricultura familiar do município.

A extensionista de Bem-estar Social do escritório local da Emater-MG de Canaã, Alessandra Miranda, conta que, no início de 2021, o grupo virtual passou a ser também um coletivo de trabalho misto (32 mulheres e quatro homens).

Atualmente, o grupo “Mãos Que Criam” tem na sua composição, representantes de variadas atividades. São agroindústrias de biscoitos, conservas, processamento de frutas, queijos, requeijão e outros derivados de leite, além de artesanato (crochê, tricô, móveis, macramê, ponto cruz, vagonite, biojóias, plantas, pinturas, arte em tecido, costuras e afins). Os produtos são comercializados na feira livre da agricultura familiar do município, no comércio local e nas feiras itinerantes que acontecem em 16 municípios da região, além das escolas abastecidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

 

Emater-MG / Divulgação

Emater-MG e autoestima

“O projeto é de grande valia, pois gera economia para o município e tira as pessoas da ociosidade. Mas o maior ganho é que as mulheres rurais estão sempre ocupadas”, destaca Alessandra Miranda. Segundo a técnica, havia muitos casos de depressão entre as mulheres, o que foi afastado pela maior participação delas nas atividades. “As mulheres se sentiram mais valorizadas por terem mais independência financeira e pessoal. E isso elevou a autoestima delas”, argumenta.

Conforme extensionista, o “Mãos Que Criam” vem de encontro às diretrizes da área social da empresa pública de extensão rural que, sempre busca a geração de renda e ocupação das mulheres rurais para que se tornem mais autônomas e empoderadas.

A agricultora Marta Liana de Souza, mais conhecida como Martinha, confirma a constatação da técnica da Emater mineira. “A minha autoestima melhorou muito. Estou melhorando demais com o grupo. Juntas somos mais fortes. Tem tido mais coragem para enfrentar as dificuldades do dia a dia”, afirma. Martinha é avicultora e produz em média 200 frangos por mês. As aves são comercializadas na feira de Canaã e nas escolas do município (Pnae). Além dos frangos, Marta Liana também vende o “Feijão Tropeiro da Martinha”, na feira da cidade.

Outra produtora que integra o “Mãos que Criam” há dois anos, Rosimere Aparecida Machado de Paula diz que é muito agradecida pela oportunidade de participar do projeto. “Com o projeto, apoio da Emater e prefeitura, minha vida melhorou muito. Só tenho a agradecer a Deus por ter conhecido essas pessoas maravilhosas. Já alcancei muitas coisas”, garante. Rosimere produz frutas congeladas centrifugadas, queijo artesanal, frescal e requeijão. Os produtos são comercializados só no município.

O município de Canaã tem na cafeicultura a sua principal atividade agrícola. Em seguida vem a criação de galinhas, com a chamada granja tecnificada (que cria aves para fornecer a uma importante fábrica local de processamento de carne de galinha), de acordo informações da extensionista Alessandra Miranda. Ela conta que o grupo “Mãos Que Criam” recebe assistência técnica da Emater-MG nas atividades de artesanato, agroindústrias , dando especial atenção às orientações para a legalização sanitária dos derivados de leite (queijo, doce e iogurte) e também na comercialização para o Pnae. O próximo passo do coletivo “Mãos Que Criam” é a sua formalização, por meio da criação de uma cooperativa local, segundo Miranda.

*Este conteúdo foi produzido durante o período de restrição eleitoral e publicado somente após a oficialização do término das eleições.



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