Após apagão na educação, MG alcança o maior Ideb da história retomando posições

Dados divulgados nesta terça-feira (15/9) pelo Ministério da Educação mostram que estado saltou de 3,6 para 4,0 no Ideb no ensino médio

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Após três edições seguidas de queda no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Minas Gerais inverte a tendência e, além de recuperar a trajetória de boa qualidade nos ensinos fundamental e médio, também apresentou os melhores indicadores já alcançados em fluxo e proficiência. Trata-se do maior salto na história do Ideb no estado.

Os dados do ano-base 2019 foram divulgados. nesta terça-feira (15/9), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

Números

O Ideb saltou de 3,6 para 4,0 no ensino médio, sendo três décimos superior ao maior Ideb já alcançado nesta etapa de ensino, em 2011. De acordo com os resultados, a nota média padronizada, calculada a partir das proficiências de Língua Portuguesa e Matemática na avaliação nacional (Saeb) chegou a 4,76, um décimo acima da maior nota anteriormente obtida pelo estado, em 2007. Já no indicador de rendimento, Minas alcançou 0,84, alta de três décimos em relação ao maior valor alcançado, em 2013.

Um dos pontos mais expressivos que ajudaram Minas Gerais a conquistar esses resultados no Ideb foi a queda no abandono escolar. Ou seja, a partir de ações efetivas, o estado conseguiu diminuir o número de alunos que deixaram de frequentar a escola.


Em 2017, a taxa de abandono era de 8,1% no ensino médio, 3,1% nos anos finais do ensino fundamental e 0,3% nos anos iniciais. Já em 2019, a taxa registrada no ensino médio foi de 5,3%, nos anos finais do ensino fundamental foi de 1,6% e, nos anos iniciais, de 0,2%.

 

 
Como parte dos números históricos dessa edição do IDEB, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) destaca também o expressivo aumento da participação dos alunos do ensino médio na realização da prova, fruto de uma mobilização realizada entre Superintendências Regionais de Ensino e diretores das escolas da rede. O índice de escolas que passaram a ter Ideb- por terem garantido a participação de no mínimo 80% dos alunos na avaliação nacional - saltou de 56% para 77% das unidades escolares.

Ensino fundamental

Os resultados também mostram crescimento histórico na nota média padronizada dos anos finais do ensino fundamental. Em 2019, Minas Gerais alcançou 5,29, retomando a maior nota já alcançada no estado, em 2011. Já no indicador de rendimento foi alcançado 0,88, que representou uma evolução de quatro pontos percentuais em relação a 2017. Em consequência disso, o Ideb apresentou crescimento de 4,4, em 2017, para 4,6 em 2019. Com relação aos anos iniciais do ensino fundamental, em que o estado é historicamente reconhecido, o resultado foi o mesmo de 2017, se mantendo em 6,5, com a posição nacional 4º lugar entre os estados.

A participação dos estudantes do ensino fundamental no Saeb também registrou crescimento. O levantamento mostrou ainda que, nos anos iniciais, 96,08% das unidades de ensino atingiram pelo menos 80% de participação nas provas. Já nos anos finais, foi registrado 88% de participação. Em 2017, a participação nos anos iniciais havia sido de 94,35% e, nos anos finais, de 84,02%.

Ações coordenadas, bons resultados

Os resultados obtidos foram fruto de um trabalho de melhoria da gestão com foco em aprendizagem e no apoio às boas iniciativas das comunidades escolares. Desde o início de 2019, as escolas estaduais vêm realizando ação minuciosa de gestão de informações sobre alunos, professores e turmas.

Com as superintendências fortalecidas pelas lideranças nomeadas a partir do processo seletivo Transforma Minas, as escolas tiveram ainda mais apoio para o aprofundamento da qualidade das ações da gestão de notas e frequência e melhoria do cadastro dos alunos, garantia da vinculação de professores às turmas. A partir dessas ações, foi possível viabilizar solução histórica do problema de superlotação em salas de aula, com a realização do desmembramento de mais de 600 turmas em todo o estado.

A melhoria na gestão dos dados pelos diretores viabilizou campanha de busca ativa de alunos em vias de evasão, garantindo retorno de mais de 15 mil estudantes à rede estadual. Para auxílio a esses alunos e àqueles que, apesar de frequência constante, apresentavam déficits de aprendizagem, a SEE lançou programa de reforço escolar com a oferta de mais de 114 mil vagas, distribuídas em 6 mil turmas em mais de 1.600 escolas.

A seis meses do início da gestão, a Secretaria de Educação reformou o programa de Tempo Integral, adequando a modalidade aos conceitos nacionalmente reconhecidos. As oficinas de contraturno foram substituídas por matriz curricular única em turmas seriadas, fortalecendo a proficiência com a garantia da progressão dos estudos neste formato.

Em 2019, além do investimento robusto na contratação de professores - para o programa de reforço escolar em escala, para solucionar questões de superlotação de turmas e para viabilizar nova metodologia de tempo integral -, por meio do programa Mãos à Obra na Escola, cerca de R$ 120 milhões foram aplicados em reformas e revitalizações de mais de 770 escolas, em mais de 350 municípios mineiros.

Tão logo iniciada a nova administração, foram imediatamente restabelecidos repasses às escolas, de alimentação escolar e custeio, e aos municípios, de transporte escolar, com investimento do total de R$ 425 milhões anualmente. Esses recursos haviam sido suspensos pela gestão anterior, fragilizando bruscamente o processo educacional em todo o estado.



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