Cemig amplia investimento em geração e transmissão para voltar ao protagonismo no setor

Investimentos no segmento devem chegar a R$ 17 bilhões até o ano de 2027

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A Cemig anunciou, na última semana, a ampliação do maior investimento da sua história e vai aportar, até 2027, R$ 42,1 bilhões em todos os segmentos de negócios. Parcela significativa desses recursos vai para o setor de geração e transmissão (GT) da companhia, que é fundamental para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

Dessa forma, a companhia vai investir, aproximadamente, R$ 17 bilhões em seus ativos de GT entre 2023 e 2027.  Anteriormente, o valor previsto era de R$ 6,6 bilhões até 2025, o que representa um aumento de 157%. A tendência para os próximos anos é a de que a companhia invista em geração de associação, unindo duas fontes de energia.

Desde 2019, a Cemig está investindo fortemente na modernização das suas usinas, buscando ampliar o parque gerador e também implantando tecnologias para aumentar a capacidade de geração de ativos.

Atualmente, a companhia tem 48 projetos de geração em  portfólio, sendo 26 solares, oito hidrelétricas, sete eólicas e duas térmicas – em parceria com a Gasmig. Juntas, as iniciativas têm potência instalada de 15,8 GW e 6,7 GW de garantia física.

“Temos uma matriz e um portfólio bastante diversificado e que será implantado se tivermos o retorno do investimento acima do que desembolsarmos de capital”, afirma o diretor de Geração e Transmissão da Cemig, Thadeu Carneiro da Silva.

Além disso, no fim do ano passado, a companhia venceu um certame de transmissão pela primeira vez em 20 anos. Asim, a empresa vai implantar uma linha de transmissão (LT) de 230kV, com 165 km de extensão, conectando a subestação (SE) Governador Valadares 6 à SE Verona, no Espirito Santo. 

Thadeu Silva destacou ainda que a Cemig está estudando a participação de mais leilões de transmissões em Minas Gerais e espera que a empresa vença pelo menos mais um certame até o final deste ano.

Usinas solares flutuantes 

A partir do próximo ano, entram em operação usinas solares flutuantes em três unidades hidrelétricas da companhia, sendo uma de 39 MWp em Cajuru (Divinópolis), outra de 78 MWp em Três Marias I (Três Marias) e finalmente uma de 157 MWp em Emborcação (Triângulo Mineiro). 

Essas novas instalações vão começar a gerar energia de forma gradativa. “Com a entrada em operação dessas usinas, a Cemig SIM vai poder utilizar essa energia na geração distribuída, aumentando a oferta aos clientes desse segmento”, explicou o diretor.

Outro destaque é a finalização da ampliação da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Poço Fundo, que teve expansão de 9,16 MW para 30 MW. A obra teve o investimento de R$ 150 milhões.  Com a ampliação, a unidade triplicará o número de clientes atendidos, com a produção média passando de 70 mil para 210 mil clientes residenciais do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Geração eólica

A companhia colocou em funcionamento, em março, todos os 28 geradores do Parque Eólico Volta do Rio, subsidiária sob gestão integral da Cemig desde 2018, ano em que a planta de geração foi adquirida pela empresa. 

Desde então, apenas seis aerogeradores se encontravam em funcionamento. Com o retorno da operação dos outros 22 equipamentos, a companhia registra um aumento de cerca de 78% na receita do empreendimento. 

A escolha da atuação na região se justifica pela condição natural única para este tipo de geração, devido à alta incidência de ventos de grande intensidade que caracterizam este tipo de produção.

Com a aprovação da legislação permitindo a instalação das eólicas offshore, a Cemig GT iniciou os estudos ambientais para implantação de dois parques eólicos localizados no litoral do Ceará: Mar de Minas I (1,5 GW) e Mar de Minas II (3 GW). Com a construção desses complexos, a capacidade de geração da empresa irá mais do que dobrar.

“São projetos em que nossa visão é de longo prazo. Estamos agora apenas garantindo a possibilidade de desenvolvimento desses projetos. Essa tecnologia depende muito do desenvolvimento regulatório e do próprio mercado produtor, como o de peças. Temos boas possibilidades, mas temos muito o que desenvolver nas eólicas offshore”, afirmou.

Thadeu Silva completa dizendo que "temos os maiores fatores de capacidade do mundo, que chegam a 60%, que é muito próximo ao das hidrelétricas. As eólicas onshore (em terra) ainda são bastante competitivas, mas temos muito mercado a desenvolver e a Cemig não podia perder a oportunidade de assegurar a possibilidade de no futuro investir nesta fonte".



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