Emater atua na recuperação de lavouras de banana no distrito de Ravena, em Sabará

Levantamento inicial aponta que pelo menos 16 propriedades foram castigadas pelos temporais

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 O produtor Gilvan Célio Paiva cultiva banana prata orgânica e perdeu 30 hectares de área plantada. Segundo ele, 100% da lavoura foi destruída pela chuva, ventos fortes e o granizo que caiu no distrito de Ravena, em Sabará. Apesar de o produto estar normal para o consumo, ficou com a casca marcada com pontinhos pretos.

Emater / Divulgação

Extensionistas do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) de Sabará estiveram na propriedade do Gilvan e estão buscando mercado para o produtor comercializar as frutas, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Além disso, o agricultor terá assistência técnica para voltar a produzir.

Shelen Mainete, engenheira agrônoma da Emater-MG, explica que, neste momento, é recomendado fazer a limpeza das bananeiras, o tratamento fitossanitário e as abubações.  “Isso vai acelerar a recuperação do bananal. Como a planta 'quebra', a gente recomenda o tratamento fitossanitário para evitar a entrada de doenças e pragas. E a adubação é importante para acelerar a recuperação da planta”, orienta.

Os primeiros levantamentos feitos pela Emater-MG na região de Ravena apontam que mais de 16 produtores de banana foram atingidos. “Estamos levantando se outras culturas, como as hortaliças, também foram atingidas”, complementa a engenheira agrônoma.

Plano de Mitigação

A Emater-MG elaborou um material técnico com orientações sobre ações que podem minimizar os efeitos das chuvas torrenciais. O documento “Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas na Agropecuária: água de chuva” é voltado para produtores rurais e também para auxiliar setores da administração pública. O material está disponível na Livraria Virtual  neste site e também pode ser acessado clicando diretamente neste link.

Segundo a Emater-MG, o solo que não apresenta cobertura vegetal recebe o impacto direto da chuva. Esta água tem dificuldade de infiltrar rapidamente no terreno, principalmente se ele já estiver muito úmido ou compactado. Estradas rurais são exemplos típicos de terrenos onde a água escorre ou empoça em pouco tempo. As enxurradas descem as ladeiras carregando o material que se desprende do leito destas vias, para então se depositar fundo de córregos, rios e várzeas, ou seja, nos locais mais baixos do relevo.

Emater / Divulgação

A Emater-MG também orienta os produtores a fazer uma avaliação da capacidade do solo, antes de desenvolver qualquer atividade agropecuária na propriedade. Esta análise permite identificar os riscos de enchentes, erosões e até deslizamentos. Uma avaliação precisa das características do solo também embasará a escolha e aplicação das diversas técnicas de manejo do solo e da água

Entre as técnicas recomendadas no documento elaborado pela Emater-MG estão o plantio direto. Ele consiste em reduzir ao máximo o revolvimento do solo, fazendo o plantio diretamente na palhada que cobre o terreno.

O documento “Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas na Agropecuária: água de chuva” apresenta uma relação de diversas outras práticas que podem ser aplicadas no meio rural para evitar enxurradas e enchentes. Entre elas, a construção de estruturas de drenagem e bacias de captação de água de chuva, adequação de estradas rurais, terraceamentos para reduzir a velocidade da água em áreas íngremes e até o tratamento correto de efluentes domésticos, com a construção de fossas sépticas.

 

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