Estado sobrevoa garimpo ilegal fechado há um ano e constata ganhos ambientais

Qualidade da água e da vegetação na área melhorou após suspensão de extração mecanizada de diamantes

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Meio ambiente apresentou indícios de regeneração no local, como crescimento de vegetação às margens do manancial e recomposição dos bancos de areia
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Um ano depois da fiscalização coordenada pela Polícia Federal, com apoio do Governo de Minas, que levou ao fechamento do garimpo ilegal de Areinhas e encerrou um ciclo de degradação do Rio Jequitinhonha, entre as cidades de Diamantina e Couto de Magalhães de Minas, o Estado voltou à região para um sobrevoo, como continuidade dos trabalhos de monitoramento no local. 

Equipes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Polícia Militar (PMMG) não encontraram sinais de retorno da atividade garimpeira mecanizada de grande porte, como acontecia antes da fiscalização. O meio ambiente apresentou indícios de regeneração no local, como crescimento de vegetação às margens do manancial e recomposição dos bancos de areia que antes eram revolvidos pela atividade irregular de extração de diamantes. 

“Felizmente pudemos ver que é um cenário bem diferente do que ocorreu há um ano. Existem relatos de comunidades ribeirinhas de melhoria da qualidade dos recursos hídricos, do meio ambiente e de revegetação. É isso que buscávamos. Combater a clandestinidade e as atividades ilegais é justamente valorizar quem quer fazer uma operação sustentável", avalia o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano Vieira, que sobrevoou a área. 

A fiscalização deflagrada em abril de 2019, batizada de "Salve o Jequitinhonha", mobilizou cerca de 400 pessoas, entre policiais federais, militares e técnicos da Semad. Na ocasião, em uma área de cerca de dois quilômetros ao longo do Rio Jequitinhonha foram impedidas seis atividades de garimpo, com busca e apreensão de máquinas e destruição de equipamentos pesados que eram usados para promover extensa degradação mecanizada do curso d’água.

De acordo com o superintendente de Fiscalização da Semad, Flávio Augusto Aquino, um ano depois desse trabalho, não foram encontrados vestígios de máquinas na região do antigo garimpo e também foi observado o início do processo de regeneração do meio ambiente em alguns pontos. “Verificamos a importância dos trabalhos de monitoramento e manutenção da vigilância no local, que já vem sendo feita pela Polícia Militar por meio de visitas à região. Constatamos que a água do rio está limpa”, afirma. 

O superintendente de Projetos Prioritários da Semad, Rodrigo Ribas, também participou do sobrevoo e acrescenta que, depois de um ano, é perceptível que a região que foi esvaziada já está retomando sua condição original. “Podemos destacar o retorno da vegetação às margens do rio e a recomposição do relevo típico dessas margens. Com as chuvas, o relevo das bancadas de areia tende a se recompor”, pontua. O resultado é fruto de um trabalho de fiscalização intensificado, com previsão de operações semanais, tanto terrestres, quanto aéreas, a partir do uso de drones.



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