Hospital João XXIII é referência na ampliação da Rede Estadual de Atenção ao Paciente Queimado

Mais 18 cidades serão integradas; Centro de Tratamento da unidade recebe visitas técnicas e oferece apoio para estruturação da Linha de Cuidado

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O Centro de Tratamento de Queimados Professor Ivo Pitanguy (CTQ), pertencente ao Hospital João XXIII (HJXXIII), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), atua como principal referência na ampliação da Rede Estadual de Atenção ao Queimado, conduzida pela Coordenação Estadual de Atenção às Urgências e Emergências da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG)

Equipes do setor oferecem apoio para a estruturação da Linha de Cuidado da assistência ao paciente queimado, recebendo visitas técnicas das equipes dos hospitais que estão iniciando o atendimento ou necessitam aprimorar o conhecimento. 

O projeto é executado na Política Hospitalar Valora Minas, que visa qualificar, ampliar o acesso e responder às demandas e necessidades da população mineira, mediante organização das redes de atenção de saúde e otimização da alocação de recursos para este fim.

Adesão 

A adesão à Linha de Cuidado, feita por meio de um credenciamento, permite à instituição se tornar referência para o tratamento de queimados em seu território, com previsão de recebimento de recurso estadual para complementação do custeio da internação hospitalar em leitos clínicos e de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). 

“Uma vez credenciada pelo Estado, a instituição deverá contar com equipe multiprofissional, formada por médico (preferencialmente cirurgião geral), enfermeiro com conhecimento na assistência ao paciente queimado e equipe de enfermagem”, explica a enfermeira referência técnica da Coordenação Estadual de Atenção às Urgências e Emergências, Diovana Faustino. 

Os hospitais credenciados como novos Centros de Tratamento de Queimados na Rede Estadual são em sua maioria do tipo 2, que permite a admissão de pacientes com queimaduras parciais de 2º grau (15% a 20% em do corpo em adultos e 10% a 15% em crianças, gestantes e idosos), e queimaduras de 3º grau (em menos de 10% do corpo), além de serem responsáveis pelo primeiro atendimento e estabilização do paciente , até que ele tenha acesso a um Centro de Alta Complexidade. 

Alta complexidade 

O HJXXIII, que completa 50 anos em abril, é o único da rede classificado como tipo 1A, com leitos e equipes exclusivas para tratamento de queimados de alta complexidade. O seu CTQ atende cerca de 1,5 mil pacientes queimados por ano.

A cirurgiã do CTQ do HJXXIII e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), Kelly Araújo, está recebendo as equipes dos novos centros para visitas de benchmarking. “As equipes vêm conhecer nossa estrutura e rotina diária, e  apresentamos as peculiaridades do setor, logística e também elucidamos dúvidas sobre os processos de trabalho. As visitas serão realizadas até abril”, conta. 

De acordo com a médica, um novo protocolo de orientações para ser utilizado nos centros de tratamento está sendo desenvolvido.

Para o gerente médico do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência da Fhemig, Rodrigo Muzzi, que também está à frente do projeto, a participação do HJXXIII na ampliação desta rede é muito importante, pela estrutura de ponta oferecida e a expertise das equipes da unidade. 

“Participar da formação destes novos centros de tratamento nos permite passar adiante o conhecimento adquirido ao longo de tantos anos de intenso trabalho, para que agora novos hospitais obtenham as próprias experiências”, avalia o profissional. 

Fluxos assistenciais 

De acordo com Diovana Faustino, a estruturação da Linha de Cuidado de Assistência ao Paciente Queimado surgiu devido à necessidade de definição e pactuação dos fluxos assistenciais e regulatórios. 

“Era preciso realizar um monitoramento da fila única para acesso aos leitos hospitalares da Rede de Atenção à Saúde, com o objetivo de gerar um atendimento qualificado e em tempo oportuno do paciente médio e grande queimado, por meio da regulação do acesso macrorregional aos serviços”, explica a profissional. 

São 18 cidades que passarão a fazer parte da Rede Estadual de Atenção ao Queimado, sendo Belo Horizonte e Uberlândia com os Centros de Tratamento de Queimados 1A e 1B, respectivamente, somados aos 16 que contam com os hospitais do tipo 2: São Sebastião do Paraíso, Caratinga, Três Pontas, Diamantina, Pirapora, Carangola, Patos de Minas, Teófilo Otoni, Pouso Alegre, Poços de Caldas, Montes Claros, Uberaba, Pará de Minas, Barbacena, Itabira e Itajubá- totalizando 20 hospitais credenciados como Centros de Tratamento de Queimados. 

“Os critérios para definição dos hospitais consideraram o princípio da regionalização do acesso e a sua classificação no Programa Rede Resposta às Urgências e Emergências, considerando que é preciso haver equipe assistencial compatível com a necessidade assistencial do paciente queimado, assim como estrutura física e equipamentos”, finaliza Diovana.
 



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