Jovem que participou do Fica Vivo! realiza o sonho de ter a própria barbearia

Oficinas do programa da Sejusp capacitam adolescentes e promovem redução de crimes

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Sonhos não têm tamanho e foi justamente para crescer que Samuel Pinheiro dos Santos precisou sonhar grande. Hoje, ele colhe os frutos desse objetivo em um salão que montou, no bairro Fazenda Castro, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Até 20 clientes sentam todos os dias na cadeira do barbeiro, profissão que, como diz o próprio Samuel, o escolheu.  

Os esforços começaram já na adolescência, quando Samuel foi diagnosticado com depressão. Para passar pelo momento, seus amigos o aconselharam a participar das oficinas do Fica Vivo!, programa da Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Em 2018, ele começou a fazer um curso de Corte e Cabelo e encontrou, na atividade, uma forma de vencer a doença. De quebra, ganhou também uma profissão. 

“Comecei a cortar cabelos no quintal de casa, aos 14 anos. Com o passar do tempo, ganhei mais clientes e passei para a sala. Depois, senti que precisava crescer. Foi quando abri a barbearia. Com a idade que eu tenho hoje, 18 anos, assumir a responsabilidade de ter um negócio não é fácil, mas é muito bom”; conta Samuel, que completa: “estou montando a estrutura que eu sempre sonhei”. 

Participação social

Criado em 2003, o Programa de Controle de Homicídios – Fica Vivo! atua na prevenção e na redução de homicídios de adolescentes e jovens de 12 a 24 anos, em áreas que registram maior concentração desse tipo de crime. O programa promove oficinas de capacitação, esporte, cultura e arte, além de atender individualmente os jovens e articular, junto à rede de proteção social, os encaminhamentos dos atendidos. 

As atividades do Fica Vivo! potencializam o acesso dos adolescentes às cidades e ainda promovem a discussão de temas relacionados à cidadania, aos direitos humanos e à participação social. 

As oficinas são estratégias de aproximação com o público implantadas nas Unidades de Prevenção à Criminalidade. Maria Clara Ribeiro Soares é analista social da unidade do bairro Veneza, em Ribeirão das Neves, onde Samuel participou do curso de barbearia. “A oficina foi um divisor de águas para ele. Foi onde conseguiu ter o primeiro contato com a profissão. Depois, ele seguiu outros caminhos no programa, participou de outras formações”, relata. 

Maria Clara lembra, ainda, que Samuel tem como referência o oficineiro Wesley Monteiro, que ensina a função a quem participa dos cursos. Profissional bem sucedido, que também viveu as dificuldades do início da carreira, hoje tem duas barbearias em Ribeirão das Neves e se dedica ao Fica Vivo!. O papel dos oficineiros é essencial para o programa. São eles que se relacionam com os jovens e os ajudam no crescimento, com personalidade e força para enfrentar os desafios.

Tiago Ciccarini / Sejusp

Saber compartilhado

“As oficinas possibilitam outra realidade para os jovens, podem fazer com que eles tenham um futuro diferente. Me sinto muito realizado em poder dividir meus conhecimentos profissionais e experiências pessoais com cada um deles. É muito satisfatório ver que tudo começou ali, naquela oficina. Fico sem palavras ao ver que estão construindo uma vida melhor, montando barbearias próprias”, destaca Wesley Monteiro.

O oficineiro também faz questão de dizer algumas palavras sobre o estudante que começou no quintal de casa e já se dedica a um negócio próprio. “O Samuel Pinheiro foi um bom aluno, muito esforçado. Assim como ele, todos que participam da oficina estão fazendo da dificuldade uma oportunidade e, assim, realizam seus próprios sonhos”, conta. 

Wesley foi, para Samuel, “inspiração como barbeiro, pessoa e empresário”. “Sou fã, se não fosse a oficina, não teria como pagar um curso de cabeleireiro. Foi muito importante para a minha formação, me deu dicas de equipamentos. Quero crescer na barbearia, ter novos projetos. Esse é só o começo. Hoje sei que se o jovem quer, ele consegue”, completa. 

Clique aqui e confira o vídeo produzido pela Unidade de Prevenção à Criminalidade, que conta mais dessa história.



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