Mineiras retomam espaço no mercado após período crítico da covid-19

Edição especial do Boletim do Mercado de Trabalho Mineiro mostra evolução em 2022, com retomada de antigos e novos postos 

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A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese-MG), por meio da Subsecretaria de Trabalho e Emprego (Subte), divulgou o Boletim do Mercado de Trabalho Mineiro, voltado para as mulheres. 

O período de análise levou em conta os anos de 2019 a 2022, marcados pela pandemia de covid-19. Mediante realidade até então inimaginável, todos os setores da economia mundial foram afetados, registrando retrações por todo o globo. O ápice da pandemia ocorreu entre 2020 e 2021 e, após esse período, Minas Gerais já registra a retomada.

Segundo o boletim, a participação delas no mercado de trabalho no ano passado apresentou aumento em relação a 2020 tanto para mulheres negras (saltou de 52,6% para 55,7%) quanto para mulheres brancas (de 52,3% para 54,1%).

“O contexto da pandemia prejudicou a participação do público feminino no mercado de trabalho. Isso é explicado pelo histórico já existente das desigualdades de inserção, de valorização da mulher no campo do trabalho e na remuneração no comparativo com os homens. E com a pandemia houve aumento da demanda de cuidados nos domicílios, o que implica na interrupção das carreiras das mulheres e na redução das horas dedicadas também ao trabalho remunerado”, explicou Amanda Carvalho, diretora de Monitoramento e Articulação de Oportunidades de Trabalho.

Mais postos e escolaridade

Outro ponto apresentado pelo balanço refere-se ao aumento no número de vagas entre mulheres brancas e negras. 

Estima-se que em 2022 havia 1,9 milhão de mulheres brancas ocupadas e 2,6 milhões de mulheres negras. Em relação ao ano de 2019, houve aumento de 4,4% de postos de trabalho ocupados por mulheres brancas, e redução de 1,7% para as mulheres negras.

Acerca do nível de escolaridade, teve melhora tanto entre negras quanto brancas. A proporção de mulheres brancas com ensino superior completo, por exemplo, passou de 32,1% em 2019, para 35%, em 2022; enquanto houve redução para as com ensino fundamental incompleto, de 17,5% para 14%. 

No caso das mulheres negras houve redução de 3,2% daquelas ocupadas com ensino fundamental incompleto e aumento de 3% para as com curso superior completo.

O aumento da escolaridade entre mulheres, sobretudo em nível superior completo, explica o melhor desempenho no mercado de trabalho registrado desde o último ano. “Com maior nível de instrução, ocorre a ampliação da oferta e acesso a melhores oportunidades de trabalho e em ocupações com maior remuneração”, explicou Amanda.

Estudo

O Observatório do Trabalho de Minas Gerais funciona como ferramenta de pesquisa. 

Mensalmente, realiza levantamentos voltados para públicos específicos, incluindo mulheres, no sentido de monitorar como está o mercado de trabalho no estado. 

Pesquisas como essas demonstram tanto os pontos fortes como os fracos do mercado de trabalho para justamente subsidiar os gestores públicos na criação de políticas públicas de ações voltadas para inserção produtiva.

“É importante destacar que o Governo de Minas, por meio da Sedese, tem executado ações tanto nos anos anteriores quanto neste ano, visando, especificamente, o público feminino. Podemos destacar projetos para mulheres em situação de violência doméstica e inserção de mulheres em atividades de tecnologia. Então, o foco da Sedese é muito nesses projetos para cada vez mais ampliar a participação das mulheres no mercado de trabalho”, completou Amanda.
 



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