O Programa Água Doce (PAD) em Minas tem ações realizadas no semiárido mineiro. Nos meses de julho e agosto, as comunidades de Ingazeira, no município de Mato Verde; Lagoa dos Crentes, Pedra Branca e Mirante, no município de Pai Pedro, receberam orientações sobre manuseio correto, acondicionamento e uso adequado da água do sistema de dessalinização.  

 As atividades contaram com a participação de representantes de 133 famílias. A realização de oficinas para orientação à população está inserida no componente sustentabilidade ambiental, ação prevista na metodologia do PAD. Durante a oficina, a população foi orientada sobre a forma correta de higienizar os vasilhames e a importância de mantê-los limpos para não haver contaminações futuras que acarretem problemas de saúde à população.  A ação também contou com a doação de um vasilhame novo de 20 litros para cada família, além da entrega de brinquedos para as crianças das comunidades.  

O Programa Água Doce é viabilizado por meio de convênio firmado entre os governos federal e estadual para implementação de tecnologias alternativas para atender, prioritariamente, as populações de baixa renda do semiárido brasileiro. Nessas regiões, cerca de 70% dos poços apresentam águas salobras ou salinas, e a água subterrânea, muitas vezes, é a única fonte disponível para as comunidades.   

 Capitão José Ocimar de Andrade Júnior, da Polícia Militar de Minas Gerais, coordenador do PAD em Minas, explica que a metodologia do Programa Água Doce possui três grandes pilares. “O cuidado com o social é um deles, buscando melhorar a qualidade de vida das pessoas. O segundo é o cuidado ambiental, em que se enquadra a oficina de sustentabilidade. Por fim, o cuidado técnico, que é a sequência metodológica que deve ser observada”, frisou.    

 O PAD é uma política pública permanente de acesso à água de qualidade. “É uma transferência não só de água, mas de saúde para as populações. O PAD realmente começa quando a obra termina”, completou.   

Balanço das ações

Em junho, foram inaugurados os primeiros sistemas de dessalinização de água do Programa Água Doce no estado. As estruturas estão localizadas nas comunidades rurais de Distrito do Cristino e Ingazeira, no município de Mato Verde.  

O sistema de dessalinização implantado pelo PAD é um dos mais eficazes para a remoção de sal da água. O método envolve a utilização do processo de osmose inversa, em que membranas semipermeáveis, que funcionam como um filtro, retiram da água salobra ou salina a quantidade de sais imprópria para consumo humano, produzindo dois efluentes, o permeado (água dessalinizada) e o concentrado. Cada sistema pode produzir até 14,4 mil litros de água dessalinizada por dia.  

Por meio da tecnologia, as estações implantadas nas comunidades permitem o tratamento da água nas regiões, tornando-as de qualidade e aptas para o consumo humano, considerando os aspectos sociais, ambientais e técnicos. Exemplos: comunidades com baixos índices de IDH e pluviometria, com índice de mortalidade infantil preocupante e com pouca — ou nenhuma — opção de acesso à água, tampouco potável.  

Execução  

Em Minas Gerais, o Programa Água Doce é executado de forma conjunta com diversos órgãos: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad); Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec); Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG); Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam); Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene); além de prefeituras e comunidades beneficiadas.  

Até o final de 2022, a previsão é a de que as intervenções do PAD sejam feitas em 69 comunidades do estado, levando água de qualidade a 28 mil pessoas, em 26 municípios do semiárido mineiro.  

*Este conteúdo foi produzido durante o período de restrição eleitoral e publicado somente após a oficialização do término das eleições.