Pesquisa identifica perfil das agroindústrias familiares do estado

Empresas que trabalham com leite, mandioca e cana-de-açúcar são destaques da atividade, presente em 736 municípios

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A Emater-MG acaba de concluir pesquisa que identificou o perfil das agroindústrias familiares de Minas Gerais e a importância desta atividade no meio rural. Ao todo, 32.479 agroindústrias familiares foram contabilizadas em 736 municípios mineiros no ano de 2021.

De acordo com a definição específica, são consideradas agroindústrias as unidades de processamento de alimentos que realizam qualquer tipo de ação para a comercialização regular de produtos: produzir, beneficiar, preparar, transformar, manipular, fracionar, receber, embalar, reembalar, acondicionar, conservar, armazenar e outros.

As exceções são as agroindústrias de carne, pescado e derivados. As espécies animais devem ser abatidas em abatedouros/frigoríficos específicos para serem consideradas como agroindústrias.

“Os dados aferidos demonstram o potencial que as agroindústrias familiares têm para gerar renda e ocupação nos municípios mineiros, além de ser uma atividade que valoriza e preserva a cultura e a tradição das regiões", afirma a coordenadora do estudo, Laura Peres de Castro Penna.

Ela acrescenta que a execução de políticas públicas de apoio à produção e à regularização das agroindústrias é fundamental. "A começar pela inserção da produção da agricultura familiar ao mercado formal, permitindo as vendas em todo o estado e no país, o que depende da habilitação sanitária", frisa.

Destaques

A pesquisa identifica a agroindústria familiar da cadeia do leite como a de maior destaque no estado. São 11.158 unidades, com a maior parte (7.063 estabelecimentos) dedicada à produção de queijos artesanais.

Já a agroindústria familiar de mandioca em Minas Gerais conta com 5.552 unidades, que produzem principalmente farinha, polvilho e beiju.

Em seguida, aparecem as unidades que usam a cana-de-açúcar como matéria-prima (4.090 estabelecimentos) na produção de açúcar mascavo, rapadura, melado e cachaça.

Completam a lista as agroindústrias familiares de ovos (2.714), quitandas (2.548), mel (2.006), frutas (1.380), hortaliças e condimentos (1.280), café (681), carne (572) e milho (498).

Queijos artesanais

O levantamento também identificou as agroindústrias familiares específicas de queijos artesanais no estado. Neste grupo, o destaque é o queijo Minas artesanal. São 3.103 agroindústrias em Minas Gerais. A produção estimada é de 21,8 mil toneladas por ano, o que representa 65,2% da produção dos queijos artesanais das agroindústrias familiares.

A agroindústria familiar de queijos artesanais também conta com requeijão moreno (837), queijo da Serra Geral (571), queijo cabacinha (160), queijo artesanal Mantiqueira de Minas (151), queijo artesanal de Alagoa (139), queijo do Vale do Suaçuí (52).

Há, ainda, um número significativo de agroindústrias de queijo artesanais ainda não identificados por tipo ou região. São 2.386 unidades de queijos não caracterizados.

Desenvolvimento

O levantamento divulgado pela Emater-MG faz parte do Safra Agroindústria, sistema eletrônico criado pela empresa no qual os dados da produção de alimentos são pesquisados e inseridos, anualmente, pelos técnicos que trabalham nos municípios mineiros.

“O Sistema Safra Agroindústria se propõe a subsidiar os órgãos de governo na formulação e implementação de políticas públicas de desenvolvimento do setor. Esse sistema é também de interesse de universidades, instituições de pesquisa e entidades classistas”, explica Laura Peres.



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