Planos de Estudos Tutorados são adaptados para modalidades especiais de ensino

Adequações são feitas pelas escolas e levam em consideração a realidade de cada estudante e comunidade

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Yasmin Vitória Clemente Silva é aluna do 4º ano do ensino fundamental do Instituto São Rafael, escola especial, localizada em Belo Horizonte, que tem como público estudantes com deficiência visual. Ela recebeu em sua casa o Plano de Estudo Tutorado (PET) em braile e está com sua rotina de estudos em dia. “Foi ótimo receber o material. Estou gostando muito”, conta.

Yasmin recebeu o PET em braile em sua casa (Foto: Arquivo pessoal)

Para Angelita Silva, mãe da estudante, o fato de a escola encaminhar um material que atende à necessidade de sua filha demonstra uma atenção especial.

“Acompanho de perto os estudos dela e achei o material muito bom. O envio do PET em braile é como se a escola estivesse nos dizendo que não se esqueceu de nós”, revela.

Adaptações

Os PETs em braile e os ampliados estão sendo produzidos pelos Centros de Apoio Pedagógico às pessoas com Deficiência Visual (CAPs).

Neste momento de isolamento social causado pela pandemia da covid-19, a produção e distribuição dos Planos de Estudos Tutorados para estudantes com deficiência visual é apenas uma das ações que a Secretaria de Estado de Educação (SEE) vem desenvolvendo com foco na inclusão dos estudantes que são atendidos pelas diferentes modalidades especiais de ensino.

Para os alunos da educação especial, os professores que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE) utilizam o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) do aluno para a produção do material. O PDI é um documento de acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem de cada estudante da educação especial.

Ajuste personalizado

A diretora Katiuce Cristine Ribeiro, da Escola Estadual de Educação Especial Risoleta Neves, em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro,  ressalta a importância de os educadores conhecerem bem seus alunos para que possam fazer as adequações dos PETs.

“É necessário ter clareza do nível de desenvolvimento dos estudantes e de suas habilidades. Ao fazer a adaptação, temos como foco as atividades que o aluno já desenvolveu e suas potencialidades. Tudo é feito tendo como base o Currículo Referência de Minas Gerais”, explica.

Na escola, a adaptação do PET é feita de forma coletiva. “Temos uma resposta muito boa por parte dos nossos alunos e está sendo um trabalho enriquecedor”, afirma Katiuce. A partir de sua experiência com a adaptação dos PETs, a gestora está socializando suas práticas com os colegas pelas redes sociais.

Na Escola Estadual Secretário Tristão da Cunha, no município de Divisa Nova, no Sul de Minas, a aluna do 9º ano do ensino fundamental, Joice Vitória Figueiredo, ficou muito feliz com a atenção oferecida pela escola e falou da importância do material recebido. “Tem muitas imagens e gosto da parte de ciências. A minha professora de apoio me liga e me ajuda a fazer as atividades. Sinto falta da escola, mas estou aprendendo muito”, afirma. A estudante tem Deficiência Intelectual e Autismo.

Libras
 

Os PETs também estão sendo adaptados para a educação indígena (Foto: Arquivo/E.E. Pataxó Bacumuxá)

Outra ação que vem sendo desenvolvida para atender os estudantes é a produção de Planos de Estudos Tutorados em Libras, uma parceria entre a SEE e o Movimento Bilíngue.

Além disso, todas as teleaulas do programa Se Liga na Educação, que são transmitidas pela Rede Minas, de segunda a sexta-feira, sempre das 7h30 às 12h30, contam com intérpretes de Libras.

Educação Indígena

Na educação indígena, a partir de reuniões realizadas entre as lideranças indígenas, diretores escolares, equipes da SEE e das Superintendências Regionais de Ensino (SREs), as comunidades tiveram autonomia para produzir seus próprios PETs ou fazer adaptações. Os maxacalis, por exemplo, elaboraram os Planos de Estudos Tutorados em seu idioma e de acordo com a sua cultura.

Os pataxós também produziram seus próprios materiais, como explica o direto Francilon Oliveira, da Escola Estadual Pataxó Bacumuxá, em Carmésia, na região do Rio Doce. ”Foi muito importante para nós ter a oportunidade de construir nosso próprio PET. Ele reflete a nossa cultura”, conta o diretor.

A escola atende alunos de quatro aldeias e os PETs foram impressos e entregues nas casas de cada estudante.

Guias de auxílio

Para orientar pais ou responsáveis pelo estudante da educação especial, a SEE está desenvolvendo guias para auxiliar no desenvolvimento das atividades remotas. Um deles já está disponível: um guia que destaca a importância de se estabelecer uma rotina diária de estudo com os alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com Deficiência Intelectual.

Pais e/ou responsáveis também podem acessar um vídeo que pretende auxiliar na realização de atividades que contribuem para o desenvolvimento do estudante cego, que ainda não faz o uso do braile e está em processo de alfabetização.

Os guias e o vídeo estão disponíveis no site estudeemcasa.educacao.mg.gov.br, na aba “Guias Práticos”. 



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