Programa da Unimontes estuda tecnologia na interação com o ensino básico

Participantes falam sobre os resultados alcançados no último ciclo, em meio às adaptações pela pandemia. Um dos vídeos alcançou mais de 47 mil visualizações

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Reprodução / Youtube

A maior interação entre o ensino básico com o conhecimento produzido e compartilhado pelos acadêmicos da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), motivada pela criatividade e pelas novas tecnologias. Este foi um dos diferenciais apresentados no encerramento de mais um ciclo do subprojeto em Geografia-Cartografia, no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) da instituição do Norte de Minas.

Por causa do período de distanciamento social imposto pela pandemia da covid-19, instrumentos como as mídias sociais foram inseridos às atividades “pibidianas” dos 24 acadêmicos do curso de Licenciatura em Geografia nas escolas parceiras no subprojeto.

O cronograma foi finalizado em 31/3, após 18 meses de vigência das bolsas, financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). O conteúdo foi aplicado junto aos alunos do ensino fundamental e médio de três escolas estaduais de Montes Claros: Eloy Pereira (Vila Guilhermina), Levi Durães Peres (Bairro Santa Lúcia) e Francisco Peres (Bairro São Geraldo II).

"Dentro do cenário nos últimos dois anos e do que propõe o Pibid, foi preciso associar as teorias às práticas dos instrumentos de ensino-aprendizagem on-line. Neste aspecto, importante valorizar a criatividade dos acadêmicos e dos professores e supervisores das escolas parceiras que receberam as nossas atividades", resume o professor Cássio Alexandre Silva, do Departamento de Geociências e do mestrado em Geografia da Unimontes, que atuou como coordenador do subprojeto.

Temas

Os conteúdos foram publicados em mídias sociais como o Youtube e o Instagram para o acesso dos estudantes do ensino fundamental e médio. Os vídeos e imagens abordaram temas e técnicas como gráficos, colagens, aplicação de cores, demografia, conservação da água, mapeamentos e diversas representações orientações.

Uma das técnicas que se tornou das mais populares junto aos estudantes foi a prática do origami, arte milenar japonesa de dobraduras em papel, que foi aplicada para as videoaulas e oficinas sobre orientação espacial. A postagem que ensina como fazer a Rosa dos Ventos alcançou mais de 47 mil visualizações.

“Ao ser um dos pibidianos no subprojeto, pude desenvolver ainda mais minha criatividade, até porque sempre me senti à vontade em encarar a tecnologia. Entendi, definitivamente, que temos na ciência geográfica o grande poder de representação. Tenho orgulho do meu trabalho, da minha contribuição, da conquista e do conhecimento adquirido, assim como gratidão por estar nessa história”, explica o acadêmico Gustavo Henrique Rodrigues Borges, que integrou o projeto 2 e foi o autor do vídeo "Dobradura da Rosa dos Ventos".

“Este material foi uma prova de como pude entregar minha visão criativa da cartografia aos alunos, avalizado pelas orientações do coordenador e das supervisoras. No início, me preocupei em saber definir a melhor linguagem para a compreensão e entendimento dos alunos. No resultado final, percebi que toda a composição para o vídeo, entre o uso de legendas, o cenário simplificado, o vocabulário usual e o passo a passo foram importantes diferenciais para este alcance”, completa.

Produção coletiva

Importante destacar que as práticas online foram adaptadas aos conteúdos, metodologias e didáticas no ensino básico, com foco especialmente nas representações espaciais que a Cartografia propõe. Cada escola recebeu um grupo de oito bolsistas, mas o planejamento foi conjunto, com a participação de todos os 24 acadêmicos com as respectivas supervisoras Joyce Nayara Wanderley Correia (Eloy Pereira), Maria Eugênia Félix Rodrigues (Levi Durães Peres) e Karine Siqueira Camilo Silva (Francisco Peres). Assim, o atendimento foi simultâneo nas três escolas.

“Por causa das consequências da pandemia, a adaptação foi gradativa, superando desafios e reinventando os métodos de ensino-aprendizagem para o ensino remoto. Até então, o contato presencial era indispensável, e com a criatividade de todos, cumprimos uma verdadeira missão de levar os conteúdos até o aluno”, acrescenta a professora Maria Eugênia, supervisora das atividades do Pibid na Escola Levi Durães.

Dentre as dificuldades, completa, “foi a superação das dificuldades de vários alunos com o acesso aos recursos tecnológicos”, contando com a parceria, inclusive, dos familiares na cessão de telefones celulares e computadores para o acompanhamento das aulas.

Ela destaca, ainda, a dedicação das supervisoras em preparar os acadêmicos para o cumprimento das práticas propostas no PIBID, aproximando-os à realidade que encontrarão quando profissionais graduados. “Um dos diferenciais foi, justamente, planejar com os universitários cada uma das oficinas que disponibilizadas para os nossos alunos, assim como as aulas e as videochamadas. Tivemos um retorno muito bom, com um alcance dentro do esperado junto aos estudantes do ensino básico”.



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