Ver calendário

Programação para 28 de novembro

Negritude na construção da capital é tema no Circuito Liberdade

  • ícone de compartilhamento

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), em parceria com a APPA Arte e Cultura, promove, em Belo Horizonte, entre 28 de novembro e 1 de dezembro, o evento “Patrimônio, Cidade e Negritude”. O objetivo é trazer ao cenário da cultura e do patrimônio cultural a trajetória da população negra ao longo da história de capital, considerando inclusive o período anterior à construção da cidade.

Entre as atividades estão visitas mediadas a lugares de referência da população negra no espaço urbano, em diferentes períodos históricos. Em um dos roteiros, os participantes farão o trajeto entre a Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Curral Del Rey (esquina da Avenida Álvares Cabral com as Ruas Guajajaras e Espírito Santo) e a Capela de Nossa Senhora do Rosário - conhecida como Capela de Santo Antônio (esquina da Rua São Paulo com a Rua Tamoios).

A programação conta ainda com a exposição “Palácio da Liberdade, leituras negras”, na antiga sede do Governo do Estado, que será aberta ao público no sábado (30/11), além de rodas de conversa e palestras sobre o tema. As atividades acontecem no Circuito Liberdade e também no Museu Histórico Abílio Barreto. A entrada é gratuita e as inscrições devem ser feitas neste link

A historiadora Josemeire Alves Pereira e a arquiteta Lisandra Mara Silva, organizadoras do evento, explicam que a proposta é formar e sensibilizar a sociedade, além de multiplicar o conhecimento de experiências historicamente silenciadas e alterar as perspectivas de percepção da cidade a partir da relação entre patrimônio, cidade e etnicidade. Elas enfatizam que ações como essa contribuem para a visibilidade da identidade negra da cidade, historicamente apagada pelo racismo estrutural presente na elaboração dos discursos historiográficos e patrimoniais, que eliminam simbolicamente as experiências.

Temas como o direito à cidade, à moradia e à terra serão debatidos, assim como o direito à representação nas construções simbólicas, de memória e da história, que fazem parte da dinâmica de constituição identitária de Belo Horizonte.

Exposição

A mostra “Palácio da Liberdade, leituras negras” será a primeira exposição no local que privilegia a população de matriz africana e sua influência na arquitetura e ícones da cidade, bem como representações na literatura que demonstram o silenciamento da história em relação a eles. A mostra ainda celebra um ano da reabertura do Palácio da Liberdade, em 01/12, e terá grande potencial educativo para as atividades escolares.

A exposição questiona ausências e evidencia a eloquência dos silêncios sobre a presença e as referências culturais negras nas representações da memória e da história da cidade.

Confira a programação completa neste link