Pronunciamento do governador Romeu Zema em ato que marcou o início da gestão 2023-2026

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Bom dia a todos e a todas.

 

Aproveito aqui para fazer minha homenagem ao mineiro ilustre que faleceu há poucos dias. Nascido em Três Corações, maior camisa 10 de todos os tempos, rei do futebol, atleta do século, Pelé ficará marcado em nossas memórias e corações pelas vitórias e alegrias que proporcionou a todos os brasileiros e amantes do esporte. Obrigado, Pelé.


"Desde o momento que fui convidado a ser candidato ao Governo de Minas, até hoje, muitas coisas aconteceram em nossas vidas. Me lembro das primeiras viagens, após aceitar o convite, quando íamos de cidade em cidade, para me apresentar, para escutar e dialogar.

 

Tudo o que percorremos até aqui tem muito a ver com o que sempre fiz em minha vida, na minha empresa e na minha família. Nunca fui de ficar fechado em escritório. Meu modelo de gestão sempre foi próximo às pessoas, aos colaboradores e clientes. Por que quem não escuta, não toma as decisões corretas."


Foi com essas palavras, que acabei de dizer, que comecei meu discurso de posse em um mesmo primeiro de janeiro, em 2019. Fiz questão de repetí-las agora para mostrar que, se de lá pra cá muita coisa mudou em nossas vidas e em nosso Estado, meus valores, aprendidos com minha família e no trabalho, se mantiveram os mesmos também na gestão pública.

 

A capacidade de diálogo e o espírito de gestor chão de fábrica, que carrego comigo, me conduziram a mais este importante dia, junto com todos aqui presentes. Assim como em 2019, optamos por uma cerimônia simples, mas felizmente, hoje caminho com muito mais amigos e pessoas que nos apoiam.

 

Meu governo representa todas as regiões e, sobretudo, a continuidade da boa relação entre o Estado e as prefeituras de Minas. Por isso, abrimos o Palácio das Artes para receber os prefeitos, vereadores, lideranças políticas e toda a sociedade civil, que foram fundamentais no trabalho de arrumar a casa que executamos ao longo desses quatro anos.

 

Foi esse esforço que possibilitou o reconhecimento dos mineiros que, em mais um voto de confiança, nos permitiram a reeleição em primeiro turno. Por isso, minha gratidão a todas e todos vocês que seguem auxiliando a execução deste novo modelo de gestão pública. Uma missão de vida a ser cumprida por quem tem seriedade, competência e a determinação necessárias para superar os desafios.

 

Costumo dizer que as prefeituras e o Estado são sócios. Se as cidades vão bem, Minas vai bem. Por isso, uma das prioridades da minha gestão foi acertar as contas das dívidas que herdamos do governo passado. Quitamos o débito de 7 bilhões de reais do sequestro criminoso dos repasses de ICMS, IPVA e Fundeb. Firmamos acordo sobre outros 7 bilhões de repasses da saúde e também pagamos o passivo do Piso Mineiro de Assistência Social de quase R$ 100 milhões, entre tantos outros repasses.

 

O que isso significa na vida dos mineiros é que o posto de saúde, que chegou a ficar fechado por falta de recursos, como presenciei em 2018 em Tabuleiro, uma cidade de 4 mil habitantes na Zona da Mata, agora está aberto, melhor equipado e prestando atendimento a quem precisa.

 

Significa que a prefeitura tem como entregar às pessoas carentes a cesta básica ou auxílio funeral nos momentos de dificuldade. Que a escola está funcionando com infraestrutura melhor e que, agora, tem merenda de qualidade para os alunos e professores, que também passaram a receber os salários em dia.

 

Sei que quando qualquer serviço falha, na imensa maioria das vezes, não é na porta do Governador que as pessoas batem. É na porta dos prefeitos e vereadores. Por isso, quebramos um paradigma em Minas. Tratamos todas as 853 prefeituras mineiras de forma igualitária, independentemente de partido ou alinhamento político.

 

Ao longo dos meus quatro anos de governo, estive em centenas de cidades, em todas as regiões do Estado. Em muitas delas, alguém vinha me dizer que há mais de 30 anos um Governador não tinha estado ali. E, em algumas, tive a satisfação de ser o primeiro na história a estar presente, ouvindo, conversando, fiscalizando e gastando a sola do sapato. Ou da botina, dependendo do terreno.

 

Essa é a minha natureza e meu conceito de gestão, e é o exemplo que tenho levado pra todos os lugares por onde ando.

 

 

Faço questão de estar nas ruas pra saber onde o Estado pode melhorar. Fiz isso nos quatro anos de governo, não somente na véspera da eleição, como era o costume no passado. O que assustou alguns, que não entenderam direito qual era o real objetivo. Mas, por outro lado, permitiu que tomássemos decisões importantíssimas em todas as regiões.

 

Foi assim que identificamos que a ponte que ligará as cidades de São Francisco a Pintópolis, no Norte de Minas, não poderia mais ficar só na promessa. Demos ordem de início em maio e as obras estão a todo vapor.

 

Também foi nesse diagnóstico que entendemos a necessidade de criar os contornos viários nas cidades de Cataguases, na Zona da Mata, de Montes Claros, no Norte de Minas, e de Poços de Caldas, no Sul do Estado.

 

Que enxergamos que o Hospital Regional de Teófilo Otoni era a entrega mais esperada do Vale do Mucuri e, por isso, precisaria ser a primeira unidade a ter as obras retomadas.

 

Também foi esse trabalho que nos permitiu identificar que a chegada de Gás Natural no Centro-Oeste Mineiro irá potencializar o desenvolvimento da região, com aumento da produtividade e criação de novas vagas de trabalho. 

 

Assim como a Base Descentralizada do Samu, em Paracatu, representa hoje maior agilidade no atendimento de emergência de todo Noroeste do Estado. Ao mapear as necessidades, criamos em Curvelo, na região Central, uma nova Unidade de Prevenção à Criminalidade voltada para o importante tema do enfrentamento à violência contra a mulher, que tem recebido cada vez mais recursos e atenção na minha gestão.

 

De tanto ir a Uberaba, no Triângulo, sabia que era muito importante para a cidade que ela não perdesse o terreno da antiga planta de amônia, para que pudesse buscar novos investimentos para gerar emprego e renda. E, com diálogo, conseguimos fazer a cessão para a Prefeitura. Com o exemplo da parceria de Uberaba, aproveito novamente para estender o cumprimento a todos os gestores que prestaram seu apoio ao longo desses quatro anos.

 

Contei também com o auxílio dos deputados que caminharam conosco nessa travessia, de um Estado praticamente falido para uma gestão responsável com o dinheiro público e que, agora, com a casa arrumada, começa a fazer obras sonhadas há várias décadas. Onde não pude estar, foram eles que nos apontaram as necessidades de avanço.

 

As demandas dos nossos parlamentares foram essenciais para percebermos a ineficiência da atuação da Fundação Renova dentro do acordo da tragédia de Mariana. E por isso estamos em busca da repactuação, que irá finalmente fazer justiça com a população do Vale do Rio Doce, que há mais de sete anos sofre com os impactos desse desastre.

 

Hoje, tenho tranquilidade em dizer que conheço profundamente os problemas e as soluções pra todo o nosso Estado, que possui dimensões continentais e complexidades do mesmo tamanho.

 

Baseado também no auxílio da equipe de competentes técnicos que fazem parte do nosso Governo, a meta agora é acelerar o plano de ação, fazendo com que a cada dia dos próximos quatro anos uma demanda seja concluída e estejamos prontos para novas ações necessárias que inevitavelmente surgirão.

 

Aqui na Região Metropolitana, por exemplo, com a capacidade técnica dos servidores do Estado, estamos criando as condições para destravar duas demandas históricas, que são a construção do novo Rodoanel Metropolitano e a expansão do Metrô de Belo Horizonte, depois de tantos anos de promessas e nenhuma atitude efetiva por parte de quem prometia.

 

Com o equilíbrio das contas e o trem de Minas de novo nos trilhos, vamos acelerar a locomotiva do nosso Estado, com uma visão de futuro que possibilite avançar gerações. Para além das necessárias justiça social e sustentabilidade ambiental, mas também em projetos de inovação que diferenciem pra melhor o Estado de Minas em relação ao restante do país.

 

Como exemplo, o que para alguns podia parecer sonho, para outros já vem se tornando realidade. Grandes empresas se instalando no coração do Vale do Jequitinhonha, para geração de energia fotovoltaica. Outrora pobre de água e de oportunidades, utilizada muitas vezes como moeda de troca em ano eleitoral, agora os mineiros da região, que muito em breve se transformará no Vale da Riqueza, avistam a força de novas esperanças.

 

Para isso, vamos destravar o desenvolvimento econômico local, transformando em referência nacional na produção de energia, reduzindo a desigualdade histórica com a criação de renda sustentável. Um compromisso para fazer com que a pobreza não seja mais tratada como negócio para vencer eleições. Pois o interesse pela melhoria de vida das pessoas precisa vir primeiro na ação, e não somente em discursos de campanha.

 

Importante destacar que a criação de oportunidades não é um jogo de soma zero. Ou seja, a narrativa de que na gestão das coisas públicas, quando um vence o outro perde, é errada. É preciso valorizar quem alcançou sucesso por conta de seu esforço e trabalho. E também é necessário dar acesso para que todos tenham chance de alcançar o êxito individual. Estamos fazendo isso em Minas, especialmente no investimento recorde em educação, com reforma de escolas, melhoria da merenda e com mais de 100 mil jovens que hoje estão fazendo cursos técnicos gratuitos do Trilhas de Futuro, em escolas privadas, com auxílio transporte e alimentação, pagos pelo Governo de Minas.

 

Por isso, a discussão do que mais importa em um Governo, se é responsabilidade fiscal ou se é a responsabilidade social, está equivocada. As duas precisam caminhar juntas. É assim que entendo a gestão pública e estamos comprovando em Minas que é possível fazer.

 

Em quatro anos mostramos para o Brasil que um governo pautado nos ideais liberais, com corte de mordomias, respeito ao dinheiro público, com transparência, facilitando a vida de quem empreende, trabalha e produz,  não só tem viabilidade política, como tem sucesso na melhoria dos serviços públicos e na qualidade de vida das pessoas.

 

Duas semanas atrás, quando cheguei na Bolsa de Valores de São Paulo para participar do leilão da concessão do Metrô de Belo Horizonte, fui abordado pelo Raul, de apenas 12 anos. Ele pediu ao seu pai para levá-lo até lá, para me dizer que gosta de política e que tem neste jeito de fazer gestão, seu exemplo a ser seguido. Renovo minhas energias quando encontro pessoas de diversas partes do país, iguais ao menino Raul.

 

Me enche de orgulho saber que nosso esforço para colocar Minas de novo nos trilhos inspira e atravessa fronteiras, em uma clara retomada do protagonismo econômico e social do nosso Estado. Mas o mais importante, estamos mostrando para todo Brasil que é possível fazer política com simplicidade e honestidade, mesmo em cenários tão diversos e complexos como são as várias regiões de Minas. 

 

Desde 2018, digo que enfrentar uma campanha eleitoral é como um curso de mestrado: tão grandes são os aprendizados ao longo do caminho. Depois de duas eleições e quatro anos de gestão pública, tenho hoje o dever e a alegria de falar que, com dois diplomas em mãos, a experiência de superar crises, tragédias e a maior pandemia dos últimos 100 anos, o compromisso de fazer um segundo governo melhor que o primeiro, com a colaboração de todos, dependerá somente da nossa fé e dedicação.

 

Ainda temos muito para fazer e, com o nosso jeito mineiro, falando pouco e trabalhando muito, vamos seguir fazendo.

 

Tenham certeza que, da minha parte, vocês terão o comprometimento de realizar o que for melhor para o futuro de todos nós mineiros!

 

Concluindo, repasso aqui o trecho final do mesmo discurso, nesta mesma data, quatro anos atrás, que dizia:

 

"Nossa responsabilidade é enorme. Não somente pelo expressivo resultado das urnas, mas também porque não podemos repetir os erros do passado, nem estar desatentos na rota a ser seguida.

 

Desafiando as fórmulas tradicionais, fomos vitoriosos até aqui. E tenho certeza que, ao final deste mandato, teremos uma casa arrumada, um Estado com a economia fortalecida, com aumento expressivo das vagas de emprego, ampliação de oportunidades e melhoria na qualidade de vida.

 

O Estado, a pretexto de nos proteger, continuamente nos exige mais do que gostaríamos de dar, e nos entrega menos do que esperamos receber. É meu compromisso mudar esta realidade.

 

Garanto que não iremos decepcionar dentro do objetivo de termos novamente uma gestão viável, ao lado dos mineiros, para que tenhamos de volta nosso orgulho e esperança."

 

Reafirmo a missão que sigo carregando, junto com a bandeira de Minas no peito, com muita honra e disposição. Afinal, aqui é trabalho, uai!

 

Obrigado e Feliz Ano Novo!

 

Romeu Zema Neto

Governador de Minas Gerais