Beneficiários de programas sociais vibram em partida entre Equador e Japão no Mineirão

Parceria entre a Sedese e a Conmebol disponibilizou 800 ingressos sociais para dois jogos da Copa América

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Beneficiários tiveram a oportunidade de acompanhar uma partida internacional pela primeira vez
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O empate por 1 a 1 entre Equador e Japão na noite dessa segunda-feira (24/6), no Mineirão, pela Copa América, teve entre os espectadores um público especial. Crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência, beneficiários de programas sociais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) puderam acompanhar o jogo ao vivo no campo.

“É uma honra estar em um jogo pela primeira vez no estádio”, afirma Maycon Emanuell, atleta da Associação Mineira do Paradesporto. O jovem, meia atacante do futebol de cinco, modalidade paralímpica voltada para deficientes visuais, conta que se imagina um dia jogando no Mineirão. “Seria muito gratificante jogar aqui, com aquela ansiedade batendo”.

Mesmo sendo deficiente visual, isso não o impediu de aproveitar por completo a experiência única de estar no estádio. “É como se eu estivesse dentro do campo, com a torcida gritando o meu nome, aquela emoção subindo, fico só imaginando”, afirma.

Essa mesma emoção também foi sentida por Thiago Henrique de Souza, atleta do futebol de sete, modalidade voltada para jogadores com paralisia cerebral. Sua mãe, Valéria Cristina, conta que a experiência de assistir a um jogo da Copa América mexeu com o garoto. “Ele ficou muito ansioso e agitado o dia inteiro, com medo de não conseguirmos vir, tudo por causa do jogo”. 

Apesar do nervosismo, Thiago sabe o que é estar em uma grande competição. Segundo Valéria, recentemente ele esteve em São Paulo para atuar no Campeonato Brasileiro de Futebol de 7. “Ele participa do time Leões Brancos, eles jogaram a competição e voltaram com a medalha de bronze”, conta ela. “No ano passado ele participou do Jemg e ganhou medalha de prata”, conclui.

Célia Procópio Duarte, fundadora e gestora da associação, avalia que experiências como a de ir até o estádio são essenciais. “Os atletas do futebol de sete e de cinco são apaixonados pelo esporte e ter a oportunidade de vir no Mineirão é muito importante porque o futebol para eles é como se fosse um trabalho, é algo que é levado muito a sério”, afirma.

Outros projetos

Ainda na noite de ontem, beneficiários de outras quatro iniciativas tiveram a chance de assistir a uma partida internacional pela primeira vez, como é o caso de Arthur Mascherano, Kevin Costa e Diego Erick, atletas do projeto Filhos do Vento.

Para eles, estar no gigante da Pampulha é indescritível. “É muito legal porque a gente via tudo pela televisão e é totalmente diferente do que estar aqui no estádio, sentir a emoção e ver os jogadores de perto é bem melhor”, afirma Arthur.

Já para Diego, esse sentimento é um pouco mais forte. “A gente fica imaginando como seria jogar lá no campo, com 60 mil pessoas gritando os nossos nomes”, revela.

O estádio também supreendeu Kevin Costa. “Eu pensava que o estádio era menor, aí você chega aqui e é um ‘trem’ gigante desse tamanho”, relata.

Iniciativa transformadora

Uma parceria realizada entre a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e a Sedese permitiu que projetos sociais como Casa Lar da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes), Bom na Bola, Bom na Vida, Brumadinho Futebol Clube, e ações sociais do Instituto Bacana Demais, além de alunos da Utramig e projetos para Pessoas com Deficiência do Cefet/MG e da Escola Municipal Frei Leopoldo, pudessem acompanhar as partidas da Copa América entre Bolívia x Venezuela e Equador x Japão, que acontecerem nos dias 22/6 e 24/6, em Belo Horizonte, no Mineirão.

Ao todo, foram disponibilizados 800 ingressos sociais para os dois jogos.

Participação na abertura

Cerca de 20 alunos de escolas estaduais de Belo Horizonte participaram da cerimônia de início da partida, levando as bandeiras dos países até o campo ou entrando de mãos dadas com os jogadores.

A ansiedade dos estudantes foi grande antesde pisar no gramado. Na área reservada, entre brincadeiras, risos e conversas, os alunos contavam os minutos para a cerimônia de entrada no gramado.

Cauã Rheris Ribeiro, 14 anos, é aluno do 9º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Tomás Brandão. Ele conta que já esteve no Mineirão em outras oportunidades torcendo para o time do coração, mas foi a primeira vez que visitou o estádio por dentro. “Nos ensaios, quando pisei no gramado, senti um frio na barriga. Quando vi o tamanho do Mineirão, fiquei muito impressionado”, disse.

Para alguns alunos da rede estadual participar da iniciativa foi ainda mais especial, por ser a primeira vez que entraram no estádio e conheceram as dependências do Mineirão.

A aluna do 7º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Tomás Brandão, Larissa Roberta de Souza, 12 anos, conta que sempre gostou de futebol e adorou a experiência. “É a primeira vez que venho ao Mineirão. Estou achando muito legal. Nunca imaginei que teria essa oportunidade. Entrei com a bandeira do Japão”, contou.   

Bianca Emanuelly de Oliveira, de 8 anos, também foi ao Mineirão pela 1º vez. Ela é aluna do 3º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Aarão Reis e não escondia a felicidade. “Estou achando o máximo. Fiquei muito emocionada”, relatou ela, que entrou de mãos dadas com o goleiro da seleção do Equador.

Parceria 

 Cerca de 140 alunos de dez escolas estaduais de Belo Horizonte participaram da cerimônia de início dos quatro jogos da fase de grupos da Copa América que foram realizados na capital mineira.

A iniciativa foi uma ação do departamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o CBF Social, de fomento das ações de responsabilidade social por meio do esporte, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação.



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