Cozinha Escola no Presídio de Alfenas forma mão de obra para o mercado gastronômico
Projeto inaugurado oferece aulas de culinária a custodiados, que produzem cerca de 1.700 marmitas por dia
No primeiro dia de outubro, o Presídio de Alfenas, no Sul de Minas, integrou a seus projetos de ressocialização o Projeto Cozinha Escola. A ação, que nasceu de uma parceria entre a unidade e a empresa Claudionor Cirqueira Sales - ME, consiste em um curso profissionalizante que tem como objetivo apresentar, através de aulas práticas e teóricas, os conceitos de nutrição, cozinha e alimentação saudável. O curso já conta com a participação de 12 custodiados.
As aulas acontecem dentro da própria unidade, numa cozinha integrada ao projeto, e o curso dura seis meses. Na primeira semana de funcionamento, as lições abordaram o tema 'Segurança e Legislação em Cozinha Industrial', visando apresentar as normas e princípios de boas práticas dentro do ambiente da cozinha industrial, a fim de destacar a prevenção de acidentes, o uso adequado de equipamentos e a importância de um ambiente de trabalho organizado. Dentro do projeto, são produzidas pelos participantes cerca de 1.700 marmitas diariamente.
Para a coordenadora pedagógica do Presídio de Alfenas, Jéssica Fialho, o Cozinha Escola é fundamental no processo de ressocialização, porque oferece aos presos oportunidades de reintegração social e profissional. “Os projetos capacitam os indivíduos para o mercado de trabalho, proporcionando uma alternativa ao crime, ao mesmo tempo em que cumprem o direito à educação e à dignidade humana”, disse.
Além disso, o Presídio de Alfenas possui uma parceria com a empresa Eclypse Indústria e Comércio de Materiais Médicos e Hospitalares, que consiste na confecção de aventais cirúrgicos para uso hospitalar. A ação conta com a mão de obra de 18 custodiados em regime fechado e produz trimestralmente cerca de 300 mil unidades de aventais.
Outra iniciativa em destaque é o Projeto Assolar, que fabrica móveis e artesanatos em madeira sob encomenda para o comércio local, que conta com a participação de oito presos. Os projetos de ressocialização e trabalho vigentes servem como meio de profissionalização e reintegração social dos detentos sob custódia, que precisam passar por um processo de aprovação pela Comissão Técnica de Classificação (CTC), que avalia o perfil de cada um e autoriza ou não sua participação nos projetos.
"Capacitação gera oportunidade, e oportunidade afasta o crime. O Cozinha Escola, como nossos outros projetos, é investimento em segurança. Formamos profissionais qualificados que, ao recuperarem sua liberdade, estarão preparados para contribuir com a sociedade e não para voltar ao sistema prisional. Esse é o resultado que buscamos: eficiência e prevenção", afirma o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco.
Com iniciativas como o Projeto Cozinha Escola, o Projeto Assolar e a parceria com a Eclypse Indústria e Comércio, o Presídio de Alfenas reforça seu compromisso com a ressocialização e a capacitação profissional dos custodiados.