Detentos do Presídio de Congonhas vão produzir mais de dois mil pequenos blocos de cimento por dia

Fábrica de bloquetes foi inaugurada nesta segunda-feira (7/11). Por meio de parceria, galpão de trabalho foi instalado dentro da unidade prisional

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Bernardo Carneiro / Sejusp

A mão de obra de 16 detentos do Presídio de Congonhas, na região Central do estado, vai contribuir para a melhoria da infraestrutura das áreas urbana e rural do município. Nesta segunda-feira (7/11), foi inaugurada uma fábrica de bloquetes sextavados (pequenos blocos com seis lados) de cimento dentro da unidade prisional. Toda a produção será direcionada para o calçamento de ruas de Congonhas, com meta de produção de duas mil peças por dia.

A iniciativa é resultado da assinatura de um termo de parceria, firmado entre o Executivo municipal e o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), por meio da direção do Presídio de Congonhas.
Para a instalação do galpão de trabalho na unidade, foram investidos, pela Prefeitura de Congonhas, R$ 143 mil na compra de duas betoneiras, duas pranchas vibratórias, e preparação do espaço de 304 metros quadrados para colocação das máquinas e, ainda, a instalação de um telhado.

“Este é um projeto de cunho eminentemente social, pois prepara o homem para o exercício do trabalho e da cidadania”, destaca o secretário adjunto de Justiça e Segurança Pública, Jeferson Botelho. 

A fábrica vai funcionar de segunda a sexta-feira, no horário comercial, e os presos terão direito à remição de pena, ou seja, para cada três dias de trabalho é reduzido um na condenação. Eles têm entre 25 anos e 37 anos, e foram selecionados pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) do presídio, que é uma equipe composta por servidores das áreas psicossocial, saúde, jurídica e segurança.

Para o prefeito de Congonhas, Cláudio Antônio de Souza, a fábrica de blocos intertravados pode ser considerada a consolidação de um sonho.  “Representa para a comunidade e o poder público a justiça social e o respeito ao meio ambiente, pois o calçamento com as peças produzidas pelos presos melhora a permeabilidade do solo”, ressalta.

Bernardo Carneiro / Sejusp

Estiveram presentes na cerimônia de inauguração representantes do Judiciário, do Ministério Público, da Câmara Municipal, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar, da Guarda Civil Municipal e da Ordem dos Advogados do Brasil.

Livros

A data marcou, ainda, a inauguração de uma biblioteca dentro do pavilhão carcerário, que vai permitir a implantação de um projeto de remição de pena por meio da leitura. De forma diferente de outras unidades prisionais, o preso, além de ter que escrever uma resenha sobre o livro, também deverá contar para seus parentes, durante a visita, o que foi lido.

“O Sistema Prisional tem uma gama de atuação muito grande. Onde há estudo e trabalho, existe harmonia e qualificação”, afirma o diretor-geral do Departamento Penitenciário de Minas Gerais, Rodrigo Machado.

Os livros foram doados pela Prefeitura de Congonhas, e a arrecadação foi realizada em uma feira literária que ocorreu na Praça JK, no início do mês passado.



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