Diagnóstico precoce e tratamento oportuno do câncer de mama garantem melhores resultados

Programa estadual fortalece rede de diagnóstico e tratamento em Minas, ampliando acesso e reduzindo tempo de espera

imagem de destaque
  • ícone de compartilhamento

Quando recebeu a notícia de que estava grávida do segundo filho, Matteo, a cuidadora de idosos Amanda Taís Maia, de 32 anos, também soube que enfrentaria um câncer de mama. “Foi um misto de medo e esperança. Descobrir uma gestação e, ao mesmo tempo, um câncer, foi muito difícil. Mas eu sentia que Deus estava me dando uma nova chance”, relembra.

Amanda percebeu um pequeno caroço no seio e procurou atendimento médico. Após exames e biópsia, veio a confirmação do diagnóstico. O tratamento foi realizado no Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), onde recebeu acompanhamento integral. “Fui muito acolhida. Cada profissional me explicava o que ia acontecer. Quando o cabelo começou a cair, eu lembrava do meu filho e ganhava força para continuar”, conta.

Durante a gestação, ela passou por quimioterapia e acompanhamento constante. Matteo nasceu saudável, e dois meses depois, Amanda realizou a cirurgia de mastectomia. “Ele é o meu milagre. Muita gente acha que o câncer é o fim, mas pra mim foi um recomeço. Descobri que sou muito mais forte do que imaginava”, afirma.

Histórias como a de Amanda mostram a importância do diagnóstico precoce e do acesso rápido ao tratamento — princípios que orientam o trabalho da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) em todo o estado.

Rede fortalecida e atendimento integral

A SES-MG coordena o Programa Saúde Aqui Tem Pressa: Cuidar na Hora Certa, lançado em 2024 pelo Governo de Minas, com foco em reduzir a morbimortalidade associada ao câncer de mama e fortalecer a rede estadual de diagnóstico e tratamento. O programa recebe R$ 24,4 milhões em recursos estaduais por ano.

“O câncer de mama ainda é a principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil, segundo o Inca. Investir no diagnóstico precoce é garantir mais chances de cura e menos sofrimento”, destaca a secretária de Estado Adjunta de Saúde, Poliana Cardoso Lopes.

No HAC, referência em oncologia da Fhemig, o atendimento é feito por equipe multidisciplinar, desde o acolhimento inicial até o tratamento cirúrgico ou quimioterápico. “Nosso objetivo é oferecer o melhor cuidado possível, respeitando o momento e a necessidade de cada mulher”, afirma a mastologista Larissa Aquino. Segundo ela, o hospital ampliou a capacidade diagnóstica com novos equipamentos e também oferece suporte a pacientes em cuidados paliativos.

Rede fortalecida e novos equipamentos

De acordo com Gisele Vaz Costa, enfermeira oncologista da SES-MG, a mamografia é o principal exame para rastreamento do câncer de mama. “Ela detecta tumores ainda assintomáticos e permite o início imediato do tratamento, o que muda completamente o prognóstico”, explica.

No Sistema Único de Saúde (SUS), mulheres entre 50 e 74 anos devem realizar o exame a cada dois anos. Já aquelas com sintomas, como nódulos, têm direito à mamografia em qualquer idade. Mulheres entre 40 e 49 anos também podem realizar o exame, conforme avaliação médica.

Atualmente, a rede pública em Minas conta com 437 mamógrafos. Para ampliar o acesso e reduzir desigualdades regionais, a SES-MG destinou R$ 1,2 milhão à aquisição de novos equipamentos, beneficiando 62 instituições em 45 municípios.

Cinco eixos para agilizar o cuidado

O Saúde Aqui Tem Pressa: Cuidar na Hora Certa está estruturado em cinco eixos de ação:

1.       Ampliação do acesso à mamografia de rastreamento;

2.       Expansão da cobertura para todas as microrregiões;

3.       Redução do tempo entre solicitação e realização da biópsia;

4.       Fortalecimento da vigilância e do monitoramento dos casos;

5.       Agilidade na transição entre diagnóstico e início do tratamento.

Cada etapa é acompanhada pela SES-MG para garantir eficiência e equidade na assistência.

Tratamento garantido pelo SUS

O SUS oferece todas as modalidades de tratamento — cirurgias, reconstrução mamária, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapias com anticorpos — conforme o tipo e o estágio da doença.



Últimas