Em 2020, Seapa quer levar Zoneamento Ambiental e Produtivo para mais universidades no interior

Ferramenta é utilizada para uso racional dos recursos hídricos, proteção do meio ambiente, recuperação de pastagens e áreas degradadas

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Ferramenta fornece informações sobre disponibilidade hídrica de uma bacia hidrográfica, uso e ocupação do solo, paisagem e suas potencialidades
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O Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP) é uma metodologia do Governo do Estado de Minas Gerais que permite realizar análises integradas de sub-bacias hidrográficas, utilizando tecnologia da informação. Com a ferramenta é possível ter informações sobre disponibilidade hídrica de uma bacia hidrográfica, uso e ocupação do solo, paisagem e suas potencialidades. Em 2020, a expectativa é que mais técnicos em universidades possam ser capacitados para fazer diagnósticos com o ZAP.

A ferramenta foi criada em 2014 pelas secretarias de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em parceria com outros órgãos públicos e instituições de ensino e pesquisa. Seis anos depois, já são 16 estudos concluídos, possibilitando um maior conhecimento sobre as bacias hidrográficas de Minas. 

O ZAP pode realizar diversos diagnósticos para atender a demandas regionais. Os resultados dos estudos são públicos e ficam disponíveis em uma base de dados que pode ser acessada por qualquer cidadão. A ferramenta torna possível aplicar programas que visam desde a solução de conflitos hídricos e proteção de áreas ambientais até a recuperação de pastagens e projetos para reservar água e garantir o abastecimento. 

As equipes capacitadas para utilizar a metodologia contam, em média, com cinco pessoas, principalmente geógrafos, geólogos, agrônomos, profissionais de recursos hídricos, engenheiros e biólogos. Além disso, a metodologia está em constante atualização e aprimoramento e, por este motivo, segundo o assessor especial da Seapa Luciano Baião Vieira, é tão importante levar o ZAP para as universidades, com a inserção da ferramenta no ensino, na pesquisa e na extensão. “A propagação da metodologia vai contribuir para conscientização das comunidades sobre a necessidade de se buscar sustentabilidade para todos os processos produtivos”, afirma.

Segundo Vieira, somente em 2019, foram treinados 62 técnicos de nível superior em Belo Horizonte e nas cidades de Viçosa, na Zona da Mata, e Rio Paranaíba, no Alto Paranaíba. Neste ano, uma nova equipe será treinada em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, e outra em Machado, no Sul. Além disso, também existe a possibilidade de o curso ser levado para outras instituições de Minas Gerais. "Quanto mais profissionais capacitados tivermos, melhor, já que eles poderão atender mais prontamente à demanda em todo o estado", completa.

"O objetivo é estruturar outro curso para 2020, com o recurso da Rede Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais (Uaitec) e, também, com a estrutura da Coordenadoria de Educação Aberta e à Distância (Cead) de Viçosa. Mas a realidade é que ainda existem poucas equipes para uma demanda muito grande", contextualiza. 

Outro objetivo para 2020 é ampliar as equipes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater), congregando técnicos para atender a demandas do ZAP, inclusive fora de Minas. O gestor ambiental Gustavo Henrique Medeiros Resende, da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), conta que a 2ª edição da metodologia passa por uma revisão e, até o fim do ano, o órgão espera já ter revisado a 3ª edição. "Contamos com apoio de pesquisadores e com a experiência obtida nos estudos feitos até aqui para fortalecer essa ferramenta com mais recursos", diz.

Dos 16 estudos entregues até hoje, seis foram realizados em sub-bacias na cidade de Mariana, após o rompimento da Barragem de Fundão, em 2015. O ZAP foi utilizado para orientar a recuperação dos cursos d’água impactados pelos rejeitos de minério. 



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