Epamig apresenta cultivares de café em teste para o Cerrado Mineiro

Projeto “Unidades Demonstrativas de Cultivares de Café” engloba 26 campos experimentais e avalia 12 variedades de café

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Ação reuniu cerca de 600 participantes, 12 municípios, avaliando 12 variedades de café
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Equipes da Epamig, juntamente com a Embrapa Café, a Fundaccer e a Federação dos Cafeicultores do Cerrado, percorreram seis cidades da Região do Cerrado Mineiro, com a “Rodada Integra Cerrado Mineiro” e os “Dias de Campo”, do projeto “Unidades Demonstrativas de Cultivares de Café”, para apresentar testes de cultivares de café para o Cerrado Mineiro.

Os “Dias de Campo”, realizados nos municípios de Patrocínio, Monte Carmelo, Araguari, São Gotardo, Carmo do Paranaíba, e Araxá, reuniram cerca de 600 participantes. O “Unidades Demonstrativas de Cultivares”, financiado pelo Consórcio Pesquisa Café, é o maior programa de difusão de cultivares de café, em campo do país. O projeto conta com investimentos de mais de R$ 1,2 milhão.

Ao todo, são 26 campos experimentais, instalados em 12 municípios, avaliando 12 variedades de café. Neste ano, que marca a primeira colheita das unidades, estão sendo avaliados o desenvolvimento inicial, produtividade, ciclo de maturação, qualidade de bebida, resistência a pragas e doenças, entre outras variáveis.

As unidades trazem uma boa representatividade do Cerrado Mineiro, já que estão localizadas em diferentes microclimas e em altitudes que variam entre 870 e 1.200 metros. Existem lavouras em condições de sequeiro e irrigadas, tanto por pivô central, como por gotejo. O espaçamento e a condução da lavoura são os mesmos já adotados pelo cafeicultor. Durante os Dias de Campo, os proprietários de cada unidade apresentaram aos participantes os tratos que foram utilizados.

“Conseguimos superar a nossa expectativa, tanto em número de participantes, quanto na qualidade técnica. Esse sem dúvida é o maior projeto de transferência de tecnologia no âmbito das cultivares e beneficia toda a região", afirma o pesquisador da Epamig, Gladyston Carvalho.

O produtor da Fazenda Castelhana, em Monte Carmelo, Diogo Tudela, explica por que se dispôs a participar do projeto. “A pesquisa é a grande vantagem competitiva que nós temos. Se não investirmos em tecnologia, seremos deixados para trás. Hoje, para implantarmos uma lavoura de café, independentemente da variedade, o custo é o mesmo, então precisamos avaliar quais estão mais adaptadas ao clima, solo e manejo da propriedade”, observa.

O pesquisador da Embrapa Café, lotado na Epamig em Lavras, André Dominghetti, destaca o interesse gerado pelo projeto. “Percebemos que os produtores estavam ávidos pelos resultados. Um ponto muito importante foi a possibilidade de apresentar o desempenho dessas cultivares no ambiente produtivo. Não há como recomendar apenas uma cultivar para toda a extensão da Região do Cerrado Mineiro, pois dentro da região há variações de altitude, temperatura, pluviosidade, entre outros”, avalia.

O produtor da empresa Dimap, André Bauer, terceira colocada da categoria Cereja Descascado, na última edição do prêmio Região do Cerrado Mineiro, com a variedade Catiguá MG 2, destaca a importância de se investir em tecnologia. “A evolução genética cafeeira está acontecendo e nós temos que acompanhar, precisamos evoluir sempre. Este tipo de evento é fundamental para difundir conhecimento e agregar as pessoas interessadas na evolução da cafeicultura no Cerrado, mantendo sempre renovado o espírito da busca por tecnologia, produtividade e diminuição de custos”, diz.

O objetivo é que, ao final do projeto, seja elaborado uma guia de recomendação de variedades adaptadas ao Cerrado Mineiro. “Temos dados interessantes em mãos, mas vale lembrar que são apenas da primeira colheita. Recomendo que o produtor tome sua decisão em função de mais dados de produção (pelo menos dois biênios), com isso ele será mais assertivo na escolha. Ao final do projeto, teremos uma base de dados que poderemos utilizar para construir um guia de recomendação das cultivares testadas”, explica o coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundaccer, João Paulo Felicori Carvalho.

O projeto segue até 2022 e todos os anos novas rodadas de “Dias de Campo” serão realizadas. A iniciativa conta com parceria entre a Epamig, a Federação dos Cafeicultores do Cerrado e a Fundaccer, e, ainda, com o apoio do CNPq, do Consórcio Pesquisa Café, do INCT Café e da Emater - MG.

A “Rodada Integra Cerrado Mineiro” teve o apoio das Cooperativas e Associações filiadas à Federação dos Cafeicultores do Cerrado, do Sebrae – MG.



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