Governo de Minas discute acordo com empresa que quer produzir hidrogênio verde em Uberaba

H2Brazil vislumbra construção de planta na Zona de Exportação (ZPE) do município do Triângulo Mineiro

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De olho em oportunidades para atrair investimentos e empregos para o estado, o Governo de Minas participou do World Hydrogen Summit, o maior evento global dedicado à inovação em hidrogênio, realizado em Roterdã, na Holanda, entre os dias 20 e 22/5.

E nesta quinta-feira (22/5), por meio do trabalho da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e sua vinculada Invest Minas, além da Prefeitura de Uberaba, o Governo do Estado discutiu um acordo com a empresa luso-brasileira H2Brazil para a instalação de uma planta para produção de hidrogênio verde na Zona de Exportação de Uberaba (ZPE), no Triângulo Mineiro.

Um Protocolo de Intenções entre a empresa e o Governo de Minas já está em tramitação. O apoio do Estado envolve ainda a Cemig, por meio de um acordo de cooperação para futuro fornecimento de energia elétrica 100% renovável.

A H2Brazil trabalha para obter os recursos a serem investidos no projeto. O objetivo é que a planta tenha capacidade de produção de 820 MWe e esteja em funcionamento até 2030. Mas, antes, o planejamento é de que uma planta-piloto esteja em funcionamento até 2027, com produção de 20 MW.

Ao entrar em funcionamento, o objetivo da empresa será o de suprir os mercados do agronegócio por meio da produção de amônia, energia e de combustíveis sintéticos (metanol).

Para o gerente de Cadeias de Mineração, Siderurgia e Metal-Mecânicas da Invest Minas, Henrique Tavares, projetos como o da H2Brazil, reforçam o perfil inovador da agência, bem como o protagonismo do estado e o esforço dos municípios em buscar soluções empreendedoras com foco no futuro.

“O hidrogênio verde representa uma virada de chave na transição energética global. É a chance concreta de descarbonizar setores intensivos em uso de energia e construir um futuro mais limpo, mediante a utilização de fonte com potencial para transformar a matriz energética mundial”, ressaltou.

Desafio

Apesar do enorme potencial, o custo ainda é o principal desafio global em relação ao hidrogênio verde. Ele enfrenta dificuldades para competir com combustíveis fósseis, o que dificulta a adoção em setores intensivos em energia — como construção pesada, mineração, agronegócio e transporte.

“A transição energética exige colaboração estratégica”, afirma Nathália Ervedosa, COO da H2Brazil. “Temos orgulho de trabalhar com parceiros visionários como o Governo de Minas, a Invest Minas, a Prefeitura de Uberaba e a Cemig. Essas alianças nos permitem acessar a infraestrutura e o ambiente regulatório necessários para oferecer hidrogênio verde a preços realmente competitivos, promovendo a descarbonização real da indústria”, completou.

Chegada ao Brasil

Fundada na Europa, a H2Brazil é liderada por executivos que comandaram os primeiros e maiores projetos de hidrogênio verde em Portugal e na Espanha. Agora, o foco da produção em larga escala, visando a descarbonização da indústria está no Brasil.

Com plantas âncoras em desenvolvimento em Uberaba e no Porto do Açu (RJ), a empresa está construindo uma plataforma escalável de produção de hidrogênio e amônia verde na América Latina.

“O que realmente diferencia o Brasil é a abundância de energia renovável”, afirma Pedro Caçorino, CEO da H2Brazil. “Com recursos solares e eólicos excepcionais e uma rede elétrica reconhecida internacionalmente como quase 100% verde, podemos produzir hidrogênio verde e seus derivados a preços competitivos em nível global. É por isso que o Brasil é um dos mercados mais promissores para a transição energética”, disse.



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