Governo de Minas realiza Operação Dominus de combate ao crime organizado em Belo Horizonte
Forças de Segurança, em ação integrada e de inteligência, cumpriram mandados de prisão e busca e apreensão na capital mineira, além de ações para neutralizar facções criminosas em presídios
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, apresentou o balanço parcial das ações realizadas na Operação Dominus, deflagrada pelo Governo de Minas na manhã desta terça-feira (23/12), em Belo Horizonte e em unidades prisionais do estado.
Ao lado do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Rogério Greco, do comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, da chefe da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), delegada-geral Letícia Gamboge, e do diretor-geral do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), Leonardo Badaró, Simões explicou o objetivo da operação, de desarticular grupos criminosos locais, com foco de atuação no Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul da capital mineira, e em presídios.
Além do cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão, a operação também visa a ocupação de áreas estratégicas pelas Forças de Segurança.
|
|
||||
"Sabemos que três das grandes organizações criminosas brasileiras estão presentes em Minas Gerais, tentando se estabelecer de forma organizada como já fazem em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia. Nós não vamos permitir que isso aconteça", afirmou Mateus Simões. |
||||
|
|
||||
"Nós tomamos a decisão de não permitir que a Serra seja ocupada de nenhuma forma pelas organizações criminosas que estão tentando se instalar em Belo Horizonte. As forças policiais chegaram e não sairão até que a gente tenha certeza absoluta de que qualquer tentativa de instalação dessas organizações criminosas esteja frustrada. O crime organizado não tomará conta do território do maior aglomerado da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH)", complementou o vice-governador de Minas.
De acordo com a Polícia Civil, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão temporária no contexto da operação. Como resultado das ações desencadeadas, até o momento, foram presas dez pessoas, sendo duas em razão do cumprimento dos mandados; outras duas em flagrante pela PCMG pelo crime de tráfico de drogas; e seis presas em flagrante delito pela Polícia Militar, além de três menores apreendidos.
Investigação e inteligência
A Polícia Civil de Minas Gerais investiga o homicídio de Júlio César Ferreira Peixoto, de 33 anos, vulgo “Grande”, ocorrido no sábado (20/12), na Avenida Carandaí, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A vítima já era investigada por envolvimento com o tráfico de drogas.
Desde a data do crime, a PCMG, em conjunto com os setores de inteligência das Forças de Segurança de Minas, trabalha para identificar autoria e motivação do crime, que pode estar vinculado a uma disputa entre facções criminosas que atuam no tráfico de drogas. Uma carta manuscrita, encontrada no veículo da vítima, já é objeto de análise e perícia.
A Operação Dominus foi deflagrada nesse contexto, empenhando um efetivo de 120 policiais civis, 25 viaturas, além do apoio aéreo de duas aeronaves.
A PMMG empregou na operação um total de 220 policiais militares dos Comandos de Policiamento da Capital (CPC), de Missões Especiais (CME), de Policiamento Especializado (CPE) e de Aviação do Estado (Comave), além de cerca de 40 viaturas. Além das prisões em flagrantes delitos, a Polícia Militar apreendeu duas armas de fogo calibre 38 e munições do mesmo calibre, 1.076 pinos de cocaína, duas barras e 243 buchas de maconha, 41 frascos de lança perfume, 36 pedras de crack, dois rádios comunicadores e R$ 655 em dinheiro. Foram recuperados um veículo HRV e uma motocicleta XRE e outros sete veículos foram removidos por infrações de trânsito.
Sistema Prisional
Já a inteligência penitenciária identificou a existência de grupos criminosos locais que, embora não formalmente vinculados às grandes facções, apresentam elevado potencial de cooptação, alinhamento ideológico e futura adesão às bandeiras das principais organizações criminosas em atuação no Estado. Tais grupos, quando não neutralizados de forma preventiva, tendem a funcionar como vetores de expansão e fortalecimento do crime organizado.
As ações da Polícia Penal, realizadas em 23 presídios e penitenciárias, envolveram 1.980 agentes e 19 drones de monitoramento. Entre as medidas estão buscas em celas, apreensão de materiais ilícitos e transferências estratégicas de presos para enfraquecer estruturas criminosas. Essas unidades prisionais abrigam mais de 17 mil detentos.
|
|
||||
"A operação Dominus é bem significativa para o estado de Minas Gerais, a começar pelo nome Dominus para mostrar para esses criminosos que quem domina o território, dentro e fora do sistema prisional, é o Estado. Não existe domínio territorial que não seja exclusivamente do Estado", observou o secretário Rogério Greco. |
||||
|
|
||||
"Foi uma ação coordenada pela Sejusp com todas as Forças de Segurança. Foram aproximadamente 2 mil policiais penais atuando, com blitze realizadas unidades prisionais de todas as 19 Regiões Integradas de Segurança Pública (Risps) de Minas Gerais, de forma simultânea com o que ocorria no Aglomerado da Serra”, detalhou Greco.
Durante a operação nos presídios foram apreendidos 104 aparelhos celulares, três smartwatches, 2,5 quilos de substância análoga a maconha, 1,7 quilo de substância análoga a cocaína, 824 micropontos de substância análoga a K4 e 0,36 quilo de substância análoga a Merla.
Unidades Prisionais alvo de buscas
Ceresp Gameleira;
Complexo Penitenciário Nelson Hungria (CPNH);
Presídio de Santa Luzia;
PPACP Juiz de Fora;
Presídio de Ubá;
Presídio de Araxá;
Presídio de Lavras;
Presídio de Divinópolis;
Presídio de Aimorés;
Presídio de Governador Valadares;
Penitenciária Francisco Floriano de Paula;
Penitenciária Pimenta da Veiga;
Complexo Penitenciário Nossa Senhora do Carmo;
Presídio Regional de Montes Claros;
Complexo Penitenciário de Ponte Nova;
Presídio de São João Del-Rei;
Presídio de Pirapora;
Presídio de Teófilo Otoni;
Presídio de Nanuque;
Penitenciária Agostinho de Oliveira Junior;
Presídio de Pouso Alegre;
Presídio de Guaranésia / Guaxupé;
Presídio Promotor José Costa.