Grande encontro da cultura mineira encerra Natal da Mineiridade

Multidão lota Praça da Liberdade, em BH, para acompanhar manifestações da cultura popular no coração do Circuito Liberdade

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Poly Acerbi / APPA

Música, folclore, danças, Folias de Reis e manifestações das mais profundas tradições mineiras marcaram, nesta sexta-feira (6/1), na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, o encerramento da programação do primeiro Natal da Mineiridade.

A iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), foi criada com o objetivo de integrar as ações de Natal e as tradições mineiras em todas as regiões do estado, com ações diversificadas e gratuitas. 

Neste último dia, na capital mineira, evento reuniu no coração do Circuito Liberdade apresentações artísticas de vários grupos de folia de reis, liderados pelo cantor Maurício Tizumba, vindos de várias cidades mineiras.

Com apoio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) e Fundação Clóvis Salgado (FCS), foi feito grande cortejo com participação do público, que ignorou a possibilidade de chuva e saiu com os grupos do prédio da sede do Iepha-MG até o Palácio da Liberdade, passando pela Alameda central da Praça, a Alameda Travessia. 

“Foi um momento em que, na Praça da Liberdade, se uniram tantas cidades. Celebrar o Natal dessa forma tem um significado muito importante, que é o de fomentar o turismo, gerar emprego e renda e tornar Minas Gerais uma referência de Natal para todo o país",  ressaltou o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.

“O Natal da Mineiridade foi um encontro dessas tradições tão fortes em Minas Gerais, que são a religiosidade e a Folia de Reis. Fazer essa junção em Belo Horizonte é trazer para a capital do estado o que está guardado dentro de todos os mineiros”, enfatizou a presidente do Iepha-MG, Marília Palhares.

Somente no Circuito Liberdade, do lançamento do Natal da Mineiridade, em dezembro, até este 'dia de Reis' (6/1) - que representa o fim dos festejos natalinos, foram cerca de 500 mil visitantes registrados. 

Folias de Minas

As Folias reúnem em torno de si diversas manifestações culturais, saberes, formas de expressão, ritos e celebrações, representando uma parte importante do patrimônio cultural mineiro.

Também denominadas de ternos ou companhias, as folias são manifestações culturais-religiosas que têm grupos estruturados a partir de sua devoção a santos, como Reis Magos, Divino Espírito Santo, São Sebastião, São Benedito, Nossa Senhora da Conceição, entre outros. ​Geralmente, são agrupamentos formados por cantadores e tocadores, podendo apresentar personagens, como reis, palhaços e bastiões, que visitam casas de devotos distribuindo bênçãos e recolhendo donativos para variados fins.

Poly Acerbi / APPA


Características regionais e indumentárias variadas são outras marcas dessas manifestações, que podem trazer foliões que utilizam trajes militares, vestes de palhaço, máscaras ou roupas comuns. Os instrumentos que conduzem os cantos são as violas, violão, cavaquinho, pandeiro, bumbos, sanfona e caixas. Possuem como principal elemento simbólico a bandeira e organizam-se a partir de ritos, como o giro ou jornada, encontros, festas e cumprimento de promessas.

"A Folia de Reis é a universalização da cultura. Ela chegou aqui com os portugueses, encontrou os batuques dos negros e as danças nativas dos indígenas, como a catira. Representa a mais pura e verdadeira manifestação artística de nosso povo” ressaltou o cantor Maurício Tizumba, um dos destaques do evento de encerramento.

Em Minas Gerais, estas manifestações foram registradas como patrimônio cultural do estado, pelo Iepha-MG, em 6/1/2017.

Circuito Liberdade

O Circuito Liberdade é o maior complexo de cultura, turismo e economia criativa da América Latina. Criado em 2010, após a inauguração da Cidade Administrativa e a transferência oficial da sede do governo da Praça da Liberdade para a região Norte de Belo Horizonte, o Circuito reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. 

As atividades dos equipamentos que integram o complexo turístico buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades desenvolvida no Circuito. 

Atualmente, o Circuito Liberdade conta com 32 equipamentos culturais atuando em rede, na cidade de Belo Horizonte.



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