Indústrias do setor lácteo fazem balanço positivo do Hub Conecta Leite

Evento estadual recebeu 39 desafios, aproximando o setor laticinista de startups e pesquisadores 

  • ícone de compartilhamento

O Hub Conecta Leite reuniu 12 empresas do setor de lácteos, 20 startups e 13 pesquisadores em seis horas de encontro virtual. O evento faz parte do Ciclo Hub de Inovação Aberta do Governo de Minas. Focado nas principais cadeias produtivas do agronegócio mineiro, o processo tem objetivo de proporcionar oportunidades para as empresas buscarem soluções tecnológicas ou acadêmicas para os gargalos enfrentados no dia a dia.

Foram apresentados 27 desafios para soluções tecnológicas e 12 para pesquisa. “Acreditamos que muitas das demandas estiveram diante de soluções viáveis tanto de base tecnológica quanto científica”, avalia a assessora técnica da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) Manoela Teixeira.

O gerente da Rocca Indústria e Comércio de Alimentos Ltda, Guilherme Carvalho Costa, apresentou o desafio de desenvolvimento de um aparelho medidor de brix de forma automatizada. A medição de brix é utilizada para determinar a concentração de açúcar em preparos industriais. 

“Como produtor de doce de leite, nossa dificuldade é tentar padronizar ao máximo a qualidade de todas as produções, porque o ponto do doce e a finalização do processo de fabricação acabam sendo muito manuais e “no olho” de quem está tomando conta da produção. A gente utiliza o medidor, mas acaba sendo um processo muito manual ainda”, explica.

Durante o encontro, o gerente Guilherme Costa conversou com duas empresas que têm condições de apresentar soluções para o problema. “É um desafio bem grande. A ideia é ter o medidor acoplado ao tacho e que ele seja capaz de reconhecer o ponto ótimo do doce, indicando que o tacho pode ser desligado. Se funcionar, vai ser um salto tremendo pra gente e inovador para o setor”, afirma.

Na avaliação do aluno de mestrado em Ciências Farmacêuticas na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Thiago Zacaron, o evento foi importante tanto para o setor lácteo quanto para o acadêmico. “É isso que vai possibilitar avanço tecnológico para conseguirmos vender produtos com alto valor agregado e não só commodities”, pontua. A equipe acadêmica da UFJF recebeu o desafio de conseguir fazer a secagem do pingo, que é o fermento natural usado na fabricação de queijos artesanais.

O laticínio Scala apresentou cinco desafios, a maior parte relacionada à sustentabilidade, buscando soluções que gerem menos impacto ambiental no processo produtivo. Outra demanda foi o desenvolvimento de soluções para otimizar as vendas digitais da empresa, tendo em vista todas as mudanças que estão ocorrendo no comportamento do consumidor, aceleradas pela pandemia.  

“O evento nos dá a oportunidade de nos conectarmos com outras empresas, com quem está pensando em inovação, olhando para o futuro. Isso é muito positivo”, afirma a Head de Inovação do Laticínio Scala, Larissa Sarmento Macedo.

O Laticínio Verde Campo apresentou desafios ligados à eficiência energética. “O laticínio preza pela inovação e a aproximação com startups proporciona outra visão, novas possibilidades de se fazer os processos de modo diferente. As conversas já clarearam algumas ideias do nosso time e estou com boas expectativas”, afirma Marina Orlani, da área de gestão de projetos do laticínio. 

O Hub Conecta Leite foi promovido pelas secretarias de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e de Desenvolvimento Econômico (Sede), em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o Sindicato das Indústrias de Laticínios (Silemg), a Federação da Agricultura e Pecuária (Faemg) e das Indústrias (Fiemg).



Últimas