Quatorze adolescentes do Centro Socioeducativo de Juiz de Fora já estão com a mão na massa para ajudar na realização do sonho de 173 casais que participarão de um casamento comunitário no domingo, 28/5.

Orientados por profissionais da panificadora Dispropan, o grupo está produzindo mais de 2 mil unidades do doce que simboliza sorte e prosperidade para cônjuges e convidados: o bem-casado.

A força-tarefa para a produção dos doces teve início na quarta-feira, 24/5, e vai até sexta-feira, 26/5. Os jovens têm a oportunidade de aprimorar técnicas de preparo da massa, recheio e embalagem, garantindo que cada bem-casado seja produzido com carinho e qualidade. Essa experiência, além de desenvolver habilidades culinárias e empreendedoras, visa estimular valores como cooperação, responsabilidade e comprometimento.

Os jovens expressam gratidão pela oportunidade de aprendizado e de contribuição para a construção de uma sociedade mais solidária. Caio Pereira*, de 14 anos, conta que há três meses aprende técnicas culinárias na padaria da unidade. Ele, que nunca havia tido contato com as práticas alimentícias, revela que já aprendeu a fazer bolo, pão de queijo, biscoito de leite condensado e até operar o maquinário disponível no espaço. Agora, Caio* está aprendendo a fazer o bem-casado e, sabendo que seu trabalho será apreciado por tantos casais e convidados, conta que se sente honrado em contribuir para o casamento coletivo. 

“Muita gente não tem condição de fazer um casamento e, podendo ajudar a realizar o sonho dessas pessoas, ficamos gratos. Os instrutores são muito bons e educados, nos auxiliam bastante”, ressaltou.

Parceria social 

É com a orientação de dois técnicos de panificação e confeitaria da Dispropan – parceira constante da unidade - que os jovens aprenderam o passo a passo para a produção dos bem-casados. A empresa também foi a responsável pela oferta dos insumos. 

Ana Beatriz de Freitas Belico, do setor comercial e marketing da panificadora Dispropan, conta que a empresa tem forte preocupação com as causas sociais. “Participamos, constantemente, de projetos que abraçam essas pessoas em situação de vulnerabilidade social. E, buscando proporcionar oportunidades de socialização, de aprendizado de um ofício e de uma vida diferente, estamos ensinando os adolescentes do sistema socioeducativo a produzir os bem-casados que serão oferecidos no casamento”. 

Ao final, os jovens receberão um certificado de aprendizagem e produção da empresa, que poderá auxiliá-los em uma futura inserção no mercado de trabalho. 

O diretor do Centro Socioeducativo de de Juiz de Fora, Osnério Abreu, acredita que a importância dessa parceria é buscar o envolvimento do poder público e do setor privado na união de esforços geradores de novas oportunidades para os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. 

“Pelo segundo ano estamos tendo a oportunidade de participar, ajudando na promoção desse casamento coletivo. A ação envolve todo o corpo socioeducativo da unidade, adolescentes e profissionais. Além de possibilitar uma contribuição social, é uma oportunidade de profissionalização”, destacou o diretor.

O evento

Organizado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (Sedh) de Juiz de Fora, o evento tem o objetivo de legitimar gratuitamente a união dos casais, incluindo o casamento civil no cartório, a cerimônia oficial e uma festa para os noivos, padrinhos, pajens, daminhas e convidados.

*Nome fictício para preservar a identidade do adolescente, segundo determinação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).