Minas Gerais reforça ações de mobilização durante Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose
Secretaria de Estado de Saúde coordena atividades de conscientização e apoio aos municípios no enfrentamento da doença que pode ser fatal
Durante a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, que segue até 18/8, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) intensifica ações educativas e de mobilização junto aos municípios, com foco na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença que pode ser fatal em até 90% dos casos quando não tratada.
A campanha tem como foco principal moradores de áreas urbanas e rurais com maior incidência da doença, especialmente nas regiões Norte de Minas, Jequitinhonha, Vale do Aço e Central.
Também são alvo da mobilização profissionais da saúde, agentes comunitários e tutores de cães, já que os animais são importantes reservatórios do parasita.
Sintomas e prevenção
Entre os sintomas da leishmaniose visceral em humanos estão febre prolongada, fraqueza, perda de peso, anemia e aumento do abdômen. Nos cães, os sinais incluem queda de pelos, feridas na pele, emagrecimento e secreções oculares. O diagnóstico precoce é essencial e o tratamento está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para evitar a proliferação da doença, a SES-MG orienta os municípios e a população a adotarem medidas simples: manter quintais limpos, eliminar o acúmulo de lixo e usar coleiras repelentes em cães.
“A leishmaniose é uma doença grave, porém evitável. Nosso papel é mobilizar e apoiar os municípios para que, juntos, possamos reduzir os riscos e proteger vidas”, destaca o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi.
Ele reforça ainda que a efetividade dessa mobilização depende do engajamento local, do trabalho integrado entre prefeituras, agentes de saúde e comunidade. “A SES-MG atua como articuladora e fomentadora dessas ações, garantindo suporte técnico e comunicação clara para que os municípios possam executar as estratégias de controle”, explica.
A campanha também tem como objetivo combater a desinformação, ampliando o acesso à informação correta. Um dos grandes desafios é a baixa percepção de risco em comunidades vulneráveis, o que torna essencial a participação ativa das lideranças locais na disseminação das orientações.
Diagnóstico da doença
O diagnóstico da leishmaniose visceral pode ser realizado por meio de testes rápidos e exames laboratoriais disponíveis nos serviços de saúde municipais. Para os cães, a solicitação do exame pode ser feita junto às unidades de zoonoses. O tratamento para humanos está disponível no SUS, porém o uso de medicamentos em cães é restrito por normas federais para evitar a resistência do parasita.
Além da forma visceral, a leishmaniose também pode se manifestar na forma tegumentar, que afeta a pele e as mucosas. Embora menos letal, essa forma também exige atenção e tratamento adequado para evitar complicações.
Importância da mobilização
Com essa mobilização, a SES-MG reafirma seu compromisso com a saúde pública e a proteção da população mineira, promovendo ações contínuas de vigilância, prevenção e educação em parceria com os municípios.
Entre 2023 e 2025, foram registrados 407 casos humanos de leishmaniose visceral em Minas Gerais, sendo 58 óbitos, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net). O registro de casos evidencia a persistência da doença e reforça a urgência da mobilização dos municípios para intensificar as ações de controle e prevenção.