Parceria viabiliza castração gratuita de animais domésticos no Centro-Oeste mineiro

Além de evitar riscos para a saúde dos bichos, procedimento contribui para uma política eficiente de proteção à fauna doméstica

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Cães e gatos que vivem nas ruas de Cláudio, no Centro-Oeste de Minas Gerais, e animais sob tutela de pessoas em situação de vulnerabilidade social foram castrados gratuitamente. O mutirão foi organizado por meio de convênio firmado entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a prefeitura da cidade. A execução ocorreu com recursos de emenda parlamentar. 

A parceria prevê o manejo ético populacional de fauna doméstica no município. A esterilização dos 476 animais foi na última semana, envolvendo cães e gatos de ambos os sexos. No primeiro semestre de 2021, já haviam sido castrados 166 animais.

O superintendente de Gestão Ambiental da Semad, Diogo Franco, explica que foram repassados R$ 100 mil ao município para o trabalho de esterilização. “Com a reorganização administrativa da fauna doméstica temos adotado essa metodologia com os municípios, fazendo o acompanhamento dos indicadores para verificar se a ação é efetiva, se atende a animais de rua e errantes que apresentam maior risco à saúde e ao desequilíbrio ambiental”, observa. 

Divulgação / Sisema

Castração 

Para promover a castração em Cláudio, a prefeitura contratou uma empresa especializada nos procedimentos por meio de edital de licitação. A instituição vencedora do certame estacionou um ônibus castramóvel na Praça dos Ex-Combatentes, no Centro do município. O veículo é equipado com um bloco cirúrgico e uma ala de observação e medicação dos animais, que são monitorados por médicos veterinários e auxiliares. 

Cães e gatos castrados não poderiam apresentar quadro de obesidade e nem infestação por carrapatos, pulgas, micoses e vermes. Além disso, os animais também deveriam ter entre 4 meses e 8 anos de vida. No caso das cadelas e gatas, o procedimento não foi realizado nas que estavam no cio ou prenhas.

Controle populacional

“O controle populacional é o primeiro passo para se estabelecer uma política pública de proteção à fauna doméstica eficiente. É um procedimento fundamental para inibir o aumento desenfreado da população de cães e gatos, contribuindo para a prevenção de maus-tratos e abandono”, destaca a coordenadora do Núcleo de Fauna Doméstica da Semad, Patrícia Carvalho. 

O chefe de Vigilância em Saúde e do Setor de Zoonoses da prefeitura de Cláudio, Lindomar Lemos, lembra que foram priorizados os animais que estão sob a tutela de pessoas em vulnerabilidade social, em situação de rua, além de animais com raça indefinida. Os cães e gatos passaram por avaliação e medicação antes do procedimento. 

“É uma atividade para reduzir a incidência da superpopulação de bichos em situação de abandono. Por meio dessa ação conseguimos reduzir a proliferação de doenças compartilhadas entre animais domésticos e humanos”, ressalta Lindomar Lemos. 

Os cães e gatos em situação de rua que foram castrados passaram por um período de quarentena, de 15 dias, em um abrigo mantido pela prefeitura para monitoramento e avaliação veterinária para casos de leishmaniose. Após a castração, os animais foram levados de volta ao espaço, onde passaram por observação, receberam os medicamentos do pós-operatório além de outros cuidados, como a vermifugação.

“O animal castrado é monitorado e alimentado para verificar a reação ao pós-procedimento. Ocorrendo tudo dentro da normalidade, nós publicamos as imagens nas redes sociais para que a população possa adotá-los”, detalha a médica veterinária da prefeitura, Bárbara Marques. 

Divulgação / Sisema

Para quem teve acesso ao processo de castração gratuito, o sentimento é de alívio e segurança. É o caso de Kelen Souza, de 42 anos, moradora da zona rural de Cláudio. A mulher levou a cadela Nina, de 8 meses, para a esterilização. “É muito importante que a população de baixa renda tenha acesso a esse serviço, porque não temos condição de arcar com a castração particular”, comenta.

Fauna doméstica

A gestão da fauna doméstica foi incorporada à Semad em dezembro de 2019, a partir da reforma administrativa. Entre as entregas já executadas está o lançamento do Cadastro Estadual de Entidades de Proteção Animal e de Protetores. O serviço foi anunciado em audiência pública organizada pela Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em 27/10, para coletar informações que visam identificar os protetores de animais e organizações não governamentais e da sociedade civil que trabalham com o tema. 

Além disso, também foi disponibilizado, na plataforma Infraestrutura de Dados Espaciais do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IDE-Sisema), um banco de dados sobre animais domésticos. O documento concentra informações relacionadas aos municípios que mantêm convênios assinados junto ao Estado para o manejo ético populacional de animais domésticos. Ainda é possível acessar o número de animais castrados por município conveniado, além de estimativas de população canina, felina e total para o ano de 2021. 

A atuação do Estado como apoio técnico aos municípios será expandida. “Além da fiscalização preventiva e ostensiva, vamos trabalhar na formulação de políticas públicas para o manejo ético humanitário dos animais, para a identificação com microchipagem e em projetos de educação humanitária para prevenção e combate aos maus-tratos”, explica o subsecretário de Gestão Ambiental e Saneamento da Semad, Rodrigo Franco.



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