Presídio de Tupaciguara inaugura três novas fábricas de trabalho para custodiados

Projeto efetivado nesta quinta-feira, 19/10, produzirá fraldas, absorventes, sacos de lixo e itens têxteis; materiais serão doados para creches, abrigos e hospitais

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Fraldas, absorventes, sacos de lixo e itens têxteis começarão a ser produzidos no Presídio de Tupaciguara, no Triângulo Mineiro. Três novas fábricas para a produção dos materiais foram inauguradas nesta quinta-feira, 19/10, e fazem parte do projeto Caminhos da Liberdade, voltado para a ressocialização e profissionalização dos custodiados.

A primeira fábrica vai confeccionar fraldas e absorventes e terá capacidade de produção de até mil itens por dia. A segunda, de sacos de lixo, também pretende produzir mil unidades diárias. Já a terceira fábrica será de costura e poderá fazer até mil lençóis em um turno de trabalho, além da produção de uniformes. Todos os itens serão destinados a creches, hospitais e abrigos gerenciados pelas prefeituras de Tupaciguara e Araporã, que são parceiras do projeto. Parte dos materiais também será destinado às unidades prisionais administradas pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG).

Tiago Ciccarini / Sejusp

Até 32 custodiados poderão trabalhar nas fábricas, divididos em dois turnos de seis horas cada. Além da profissionalização, cada um deles receberá remição de um dia na pena, para cada três trabalhados. De imediato, 13 presos estão envolvidos nesse projeto de ressocialização e foram responsáveis pela mão de obra da construção do galpão, onde ficam as três fábricas. Quatorze custodiados terão oportunidades de trabalho na fábrica de fraldas e absorventes, outros 14 na fábrica de costura e oito, na de sacos de lixo. 

A cerimônia inaugural contou com a presença de autoridades do sistema prisional, dos municípios envolvidos e do Poder Judiciário. O diretor do Depen-MG, Leonardo Badaró, elogiou o sucesso da iniciativa e o atribuiu à união entre as diversas instituições. “Este é um belo projeto, realizado de forma conjunta. Minas Gerais e o Departamento Penitenciário vão ganhar muito. A Polícia Penal vai, de fato, exercer sua finalidade, que é a custódia e a promoção da ressocialização dos indivíduos privados de liberdade. Os custodiados terão a oportunidade de aprender uma profissão e de serem reinseridos no mercado de trabalho”, destacou.

Já o procurador-geral do Ministério Público, Jarbas Soares Junior, definiu o Caminhos da Liberdade como um projeto "bonito, bem feito e digno". "É uma medida inteligente e sábia. Com poucos recursos nós estamos trazendo benefícios para essa comunidade que acolheu um presídio estadual e dignidade para as pessoas que hoje estão privadas de liberdade. O nome sugerido é muito inteligente também. As pessoas que estão cumprindo pena voltarão para o convívio social, um caminho de liberdade. Os investimentos serão levados até quem precisa, e essa é uma medida importante", frisou.

Um projeto de muitas "mãos"

A inauguração de três novas fábricas contou com a colaboração de diversos parceiros, incluindo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) (Subseção Tupaciguara), o Conselho de Segurança Pública de Tupaciguara (Consep), as prefeituras de Tupaciguara e Araporã, e as empresas Hidro Elétrica Martins & Storte e Vazante Agropecuária. A construção dos galpões para as fábricas teve um custo aproximado de R$ 160 mil, e foi financiada pelo Poder Judiciário da Comarca de Tupaciguara, pelo Ministério Público e pela Câmara de Vereadores de Tupaciguara.

O prefeito de Tupaciguara, Francisco Lourenço Borges Neto, enalteceu a parceria e ressaltou a importância do projeto para a comunidade local. “A inauguração das fábricas é motivo de alegria, satisfação. É algo que todos têm a ganhar. Um projeto construído a muitas mãos, abraçado pela população. Isso possibilitará remição de pena. Que saiam daqui ressocializados. Estou feliz com mais essa parceria, tudo para que a cidade siga avançando”.

Pavimentando o Futuro

A meta do Presídio de Tupaciguara é ter 100% dos seus custodiados trabalhando. Em junho deste ano, a unidade já inaugurou o projeto “Pavimentando o Futuro”, uma fábrica de artefatos de concretos que produz blocos, bloquetes e pavers. Em agosto, os presos entregaram os primeiros resultados: 13 mil itens de concretos. Eles já estão sendo usados pela própria unidade, na melhoria da infraestrutura, e pela prefeitura, que está pavimentando a cidade.



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