Produtores rurais projetam ampliar produtividade e reduzir custos após capacitação em pecuária sustentável do BDMG

Banco concluiu curso com foco em agricultura regenerativa que reuniu mais de 800 produtores e profissionais do agro

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Com quase 20 anos de experiência em pecuária leiteira, Sérgio Guimarães vai iniciar uma nova fase na propriedade que administra em Sete Lagoas, na região Central do estado. A produção de adubo orgânico a partir dos dejetos dos animais acaba de ser incluída no planejamento do negócio depois de o produtor concluir uma capacitação gratuita em agricultura regenerativa promovida pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para estimular a agricultura sustentável mineira.

O curso, com foco em pecuária bovina, de leite e de corte, e em pastagens, teve a participação de 840 produtores rurais, profissionais de assistência técnica, estudantes, pesquisadores e outros atores do agronegócio e, no último sábado (6/12), foi concluído com o Dia de Campo, aula prática com visitas para aplicação das técnicas ensinadas.

Assim como Sérgio, eles receberam orientações sobre práticas regenerativas que contribuem não só para deixar o negócio mais rentável, mas para a resiliência climática e descarbonização no campo.

Crédito e formação

“Ano a ano o BDMG amplia o fomento ao agronegócio. Isso ocorre não só com a oferta do crédito, mas a partir de uma formação de qualidade em sustentabilidade. Essa capacitação tem potencial para elevar a produção desses mineiros a um novo patamar, agregando valor e ampliando a competitividade no mercado”, afirma o presidente do banco, Gabriel Viégas Neto.

Somente em 2025, até novembro, o BDMG liberou R$ 1 bilhão em financiamentos a projetos ligados ao agro, 30% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

A capacitação integra o programa LabAgroMinas do BDMG e da Embrapa Cerrados, que financia a transição da agricultura tradicional para a regenerativa no estado por meio das linhas de crédito Bioinsumos e Solo Mais. O financiamento permite a compra de insumos para o manejo regenerativo do solo, aquisição de novos equipamentos, implantação de sistemas de irrigação e de unidades de produção de bioinsumos, projeto de estruturação da fertilidade do solo, sistemas biodigestores e de compostagem, entre outras medidas.

A iniciativa foi realizada em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrados, com o Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS) e contou com o apoio da Secretaria de Estado Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG).

Novas perspectivas

Para Sérgio Guimarães e seu sócio, a capacitação representa a possibilidade de reduzir em até 50% os custos com fertilizantes para o cultivo do milho na propriedade, onde tem 50 animais em lactação e uma produção média diária de 1.300 mil litros de leite. Nas aulas, ele aprendeu técnicas sobre produção de adubo orgânico e adoção da técnica de integração da pecuária com a lavoura.

“O adubo orgânico produzido com os dejetos dos animais aumenta a retenção de água no solo, o que reduz o impacto das mudanças climáticas. Isso aumenta a nossa produtividade e a resiliência do negócio”, analisa o produtor.

Durante o curso, os professores compartilharam técnicas e planejamentos sobre o controle integrado da fertilidade do solo para cultura de pastagem; planejamento nutricional bovino e alternativas à silagem; recuperação de pastagens com manejo regenerativo; boas práticas na gestão do resíduo bovino; planejamento econômico e outros. As aulas práticas foram realizadas na Fazenda Cachoeira do Rio Pardo (CRP Agropecuária), em Pompéu, região Central do Estado, e em Ipameri, no estado de Goiás.



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