Programa de recuperação de pastagem em Minas Gerais será apresentado na COP26

Experiência exitosa no Triângulo Mineiro já foi implantada em 14 unidades demonstrativas, localizadas em propriedades rurais

imagem de destaque
  • ícone de compartilhamento

​A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) é parceira institucional do programa Integra Zebu, da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), que será apresentado na próxima segunda-feira (8/11) às 15h, para os participantes da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26).

A apresentação vai mostrar uma experiência exitosa do programa na recuperação de pastagens, no Triângulo Mineiro, e falar dos próximos passos de expansão dos trabalhos. Até o momento, foram implantadas e acompanhadas 14 unidades demonstrativas, sendo quatro delas unidades de referência tecnológica, por serem mais voltadas para estudos e levantamentos científicos. Todas as unidades estão em propriedade rurais de 12 municípios da região.

As informações do Censo Agropecuário do IBGE/2017 e dados publicados pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG) demonstraram que a área de pastagens do Brasil é de 181 milhões de hectares e que aproximadamente 50% desta área está degradada. A degradação das pastagens, além de reduzir a produtividade, aumenta a vulnerabilidade do solo e os processos de desgastes, influenciando o nível de sustentabilidade da pecuária nacional.

A recuperação de pastagens degradadas no Brasil pode ser considerada como uma das grandes iniciativas ambientais no mundo. O Integra Zebu tem por objetivo propor, incentivar e divulgar soluções para recuperar pastagens degradadas, com ênfase em sistemas de Integração Lavoura e Pecuária (ILP) e Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), e no manejo de pastagens.

O coordenador técnico da Emater-MG, Gustavo Laterza, tem acompanhado bem de perto os resultados positivos do projeto-piloto implantado no Triângulo Mineiro e fala das atribuições da empresa na iniciativa.

“Temos um contrato de parceria com a ABCZ, para prestar atendimento aos produtores das unidades selecionadas. O nosso papel é identificar os produtores que desejem participar para implantar de modo participativo as unidades demonstrativas, prestando atendimento e compartilhando o conhecimento da tecnologia dos sistemas de integração, com ênfase em ILP e ILPF. Queremos recuperar o pasto degradado e potencializar o uso da mesma área nas atividades de agricultura, pecuária ou floresta, como o exemplo ocorrido no projeto-piloto no Triângulo, através da produção de silagem de milho”, informa.

O coordenador da Emater-MG confirma, ainda, a orientação na divulgação da tecnologia, mediante visitas técnicas. “Promoveremos com parceiros os eventos técnicos, como dias de campo e encontros técnicos, por exemplo, para compartilhar o que foi desenvolvido na propriedade”, destaca.

Ainda de acordo o coordenador da Emater-MG, o manejo inadequado é uma das principais causas de degradação das pastagens. “A falta de correção do solo, de deficiência na adubação periódica e do estabelecimento inadequado das pastagens, também contribui para este cenário”, diz.

Laterza explica que, um pasto recuperado, mediante a integração com lavoura, amplia a lotação de animais por hectare, favorece a resposta de rentabilidade, por meio do aumento na produção de carne e leite na mesma área, e tem um impacto ambiental relevante, no que se refere ao sequestro de carbono. “Isso gera um sequestro em torno de duas toneladas de carbono por hectare e por ano. Então, o balanço do sequestro de carbono (retirada do gás carbônico da atmosfera) é positivo, num pasto desenvolvido e bem manejado,” informa.

Além da Emater-MG, o Integra Zebu também conta com parcerias da Asbraer, Embrapa, Ministério da Agricultura, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e outras instituições.

COP26

O evento da Organização das Nações Unidas (ONU) reúne, desde 31/10, chefes de Estado e delegações governamentais de cerca de 200 países para discutir ações de combate ao aquecimento global. Os debates vão até o dia 12/11, com metas do Acordo de Paris, assinado em 2015. O acordo é um tratado mundial para reduzir a emissão de gases de efeito estufa para limitar o aumento médio da temperatura global a 2ºC .



Últimas