Minas Gerais e Japão reforçam parceria que aponta para o futuro
Negócios começaram na indústria pesada e hoje se expandem para a tecnologia de ponta e a sustentabilidade, como destacado no Brazil Japan Business Forum, realizado em Osaka
As relações entre Brasil e Japão, que celebram 130 anos, encontram em Minas Gerais seu capítulo mais sólido e duradouro. A história de investimentos japoneses no estado é uma narrativa de sucesso, confiança mútua e visão de longo prazo, que foi abordada no Brazil Japan Business Forum, realizado em Osaka nesta quarta-feira (25/6).
Organizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o fórum teve o objetivo de ampliar as conexões internacionais dos industriais mineiros com investidores e empresários do país, e foi mais uma parada da comitiva do Governo de Minas em missão à Ásia.
Um dos maiores símbolos dessa aliança é a Usiminas. Fundada há quase 70 anos, a partir de uma parceria nipo-brasileira, a empresa não apenas se tornou a maior produtora de aços planos do Brasil, mas também um exemplo de colaboração contínua.
Recentemente, um investimento de cerca de R$ 3 bilhões na reforma de seu principal alto-forno no estado reafirmou o compromisso japonês com a modernização e a competitividade da indústria mineira. Da mesma forma, a Gerdau mantém mais de 40 anos de cooperação tecnológica com parceiros japoneses, como o recente acordo com a JFE Steel.
O governador Romeu Zema reforçou os laços entre Minas Gerais e Japão e convidou os empresários asiáticos a continuarem investindo. "Temos crescido acima da média Brasil e vamos continuar crescendo. Nossos planos são de longo prazo e não são improvisados. Todos serão muito bem-vindos a Minas Gerais", pontuou.
"Existe uma complementaridade econômica evidente entre nossas nações", afirmou o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe. O vice-presidente da Agência de Comércio Exterior do Japão (Jetro), Mio Kawada também reforçou o contínuo interesse japonês no estado, citando investimentos históricos como o da Panasonic, há 12 anos.
Hoje, essa parceria de sucesso está sendo elevada a um novo patamar. O interesse japonês, conforme apontado por Yuki Kodera, da Federação Empresarial do Japão (Keidanren), se volta para o potencial mineiro em energia renovável e minerais estratégicos, cruciais no contexto da transição energética global.
A história, que começou no aço agora se projeta para o lítio, terras raras e bioeconomia, demonstra que a aliança entre Minas Gerais e o Japão é resiliente, adaptável e promissora.
Atração de investimentos
Nos últimos seis anos e meio, Minas Gerais promoveu uma verdadeira revolução em seu ambiente de negócios, consolidando-se como um dos destinos mais seguros e promissores para se investir no Brasil.
Na atual gestão, o estado implementou uma política de desburocratização e atração de capital, que resultou em R$ 475 bilhões em investimentos atraídos e na geração recorde de mais de 980 mil postos empregos estáveis com carteira assinada.
A base dessa transformação foi a simplificação. Com o programa Minas Livre para Crescer, mais de 900 atividades econômicas foram isentas de alvarás e licenças, posicionando Minas no pódio nacional da liberdade econômica e permitindo a abertura de milhares de empresas de forma ágil. A redução no passivo de licenças ambientais, que caiu de 3 mil para apenas 250 pendências, é outro exemplo do compromisso com a eficiência.
Um fator destacado pelo diretor da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), Helger Lopes, é que essa segurança jurídica e agilidade administrativa destravaram tanto projetos bilionários quanto negócios menores.