Saúde participa de elaboração do Guia de Vigilância da Influenza Aviária em Humanos
Objetivo é preparar pronta resposta em caso de cenário de epidemia de H5N1, considerando a conexão entre a saúde humana, animal e ambiental
Referência em vírus respiratórios do Serviço de Virologia e Riquetsioses da (SVR) da Fundação Ezequiel Dias (Funed), André Leal participou, entre 24 e 26/4, de oficina para elaboração de Guia de Vigilância da Influenza Aviária em Humanos no contexto da Saúde Única.
A oficina, realizada pelo Ministério da Saúde (MS), por meio da Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis (CGVDI/DPNI), em Brasília-DF, buscou construir coletivamente material que aborde as ações da vigilância em saúde humana, preparando o país para dar uma pronta resposta em caso de cenário de epidemia de H5N1, considerando a conexão entre a saúde humana, animal e ambiental (Saúde Única).
Atualmente, nas Américas, somente Brasil e Paraguai não registraram notificações de óbito em aves ou outros animais por influenza aviária. Contudo, foram registrados casos de H5N1 em humanos tanto em 2022 quanto em 2023.
Orientação
Hoje, não há transmissão sustentada desse agente em seres humanos, mas, eventos de rearranjos nos vírus influenza ou mutações podem ocorrer e tornar o vírus mais susceptível ao ser humano.
Por esse motivo, o Ministério da Saúde trabalha com a possibilidade de spillover (fenômeno que ocorre quando um determinado agente etiológico “salta” de uma espécie para outra), sendo o Guia de Vigilância ação importante para orientar ações de proteção ao meio ambiente, aos animais e aos seres humanos.
Ao todo, 27 especialistas de todo o Brasil participaram do evento e, entre as ações de saúde, a Vigilância Laboratorial é vista como um dos pilares que guia a tomada de decisões pela epidemiologia.
Da área laboratorial participaram a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência nacional, o Instituto Adolfo Lutz (IAL), referência regional e a Fundação Ezequiel Dias (Funed), que abriga o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (Lacen-MG). Vale ressaltar que o Lacen-MG foi o único Laboratório Central de Saúde Pública do país convidado para o evento.
Resultados
Para o representante da Funed na oficina, André Leal, o guia elaborado no encontro irá trazer contextualização sobre os diferentes tipos de influenza, definições de casos suspeitos, casos prováveis e fechamento de casos. Além de orientações sobre a gripe aviária para profissionais de saúde, do MAPA e Meio Ambiente.
"A participação da Funed vai muito além da elaboração desse guia. Isso porque o Lacen-MG pode auxiliar, inicialmente, no diagnóstico de triagem desses casos de influenza. Uma vez que esses resultados são apresentados de forma rápida, isso se torna a chave fundamental para dar a resposta que a saúde pública precisa", ressaltou André.
Após lançado, a sugestão dos participantes na construção do guia é de que ocorram ações de educação ambiental para o público geral, que ficará a cargo dos estados e municípios.
Coordenador dos Programas Doenças Transmissíveis Agudas da Vigilância Epidemiológica Estadual da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Gilmar Rodrigues reforçou a relevância da iniciativa. “A importância da participação da SES-MG nessa oficina se destaca pela necessidade de um alinhamento conjunto, voltado à Saúde Única e que promova a organização e medidas de prevenção e controle integradas entre as áreas da saúde humana (vigilância e assistência), saúde animal, agricultura, meio ambiente, laboratório e pesquisa. O guia, que é o produto da oficina, irá permitir o alinhamento técnico e responsável das ações de controle frente à detecção de casos de influenza aviária em humanos no Brasil e em Minas Gerais”, afirmou.