Secretaria de Saúde reforça necessidade de atenção às diarreias em crianças
Menores de 5 anos são mais suscetíveis a quadros graves; vacinação é essencial para prevenção
As doenças diarreicas agudas, causadas por agentes infecciosos como vírus, bactérias e parasitas, são uma preocupação recorrente, sobretudo em relação à saúde das crianças menores. Segundo levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) a partir dos registros realizados no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica para Doenças Diarreicas Agudas (Sivep-DDA), plataforma oficial do Ministério da Saúde, em 2022, Minas Gerais registrou mais de 500 mil casos de diarreia na população em geral, sendo aproximadamente 89 mil em crianças de até 5 anos de idade. No ano passado houve 27 óbitos entre os menores de 1 ano, e outras sete mortes entre a faixa de 1 a 5 anos. Para combater essa realidade e proteger as crianças, a vacinação desempenha um papel crucial.
Já em relação ao ano de 2023, até o momento, foram notificados 227.845 casos de diarreia no estado de Minas Gerais, com 264 surtos da doença. Entre os menores de 5 anos, foram detectados 30.787 casos. Em relação a óbitos, foram registrados 170 casos com causa básica associada à diarreia, dos quais seis ocorreram em menores de 1 ano e outros três óbitos nas idades entre 1 e 4 anos, totalizando nove mortes em crianças nessa faixa etária.
Segundo a referência técnica em Toxoplasmose e Rotavírus da coordenação dos Programas de Vigilância de Doenças Transmissíveis Agudas da SES-MG, Michely Aparecida de Souza, são números preocupantes, na medida em que revelam a ocorrência de mortes por causas evitáveis. “São mortes que podem ser prevenidas por meio de assistência oportuna, com manejo clínico do paciente de forma adequada, vacinação e educação em saúde para favorecer boas práticas”, afirma.
Ainda conforme a referência técnica, uma das principais vacinas para prevenir as doenças diarreicas agudas é a que protege contra o rotavírus. “No entanto, outras vacinas, como a contra o sarampo e a contra hepatite A também podem proteger contra essas doenças quando associadas à diarreia. É importante ressaltar que a vacinação não apenas reduz a incidência de casos graves, mas também pode salvar vidas”, destaca.
De acordo com os dados referentes a 2022, a cobertura vacinal para a vacina do rotavírus atingiu 83,05%, enquanto a meta preconizada é de 90%. Para a vacina contra o sarampo, a cobertura foi de 87,11% para a primeira dose, abaixo da meta de 95%. Já a vacina contra hepatite A alcançou uma cobertura de 82,18%, também abaixo da meta preconizada de 95%.
Os dados mais recentes referentes ao período de janeiro a março de 2023, até o momento, não indicam mudanças nos patamares dos indicadores. Este ano, a cobertura vacinal para o rotavírus registrou 79,96%. A vacina contra o sarampo alcançou uma cobertura de 86,85% para a primeira dose, e a vacina contra hepatite A obteve 83,21% de cobertura.
Sintomas
Os casos de diarreia são caracterizados por um mínimo de três episódios em um período de 24 horas, acompanhados pelo aumento do número de evacuações e diminuição da consistência das fezes. “Os sintomas também podem incluir náuseas, vômitos, dores abdominais e febre. Geralmente, esses casos são autolimitados e duram cerca de 14 dias. No entanto, crianças desnutridas, com baixo peso e com condições crônicas de saúde têm maior risco de desenvolver casos mais graves”, informa a referência técnica.
O diagnóstico da gastroenterite aguda é essencialmente clínico, baseado em exames clínicos e anamnese feitos pelo profissional que realiza o atendimento nas unidades de saúde. Em casos de sinais de alerta, como sangue nas fezes ou desidratação, é necessário procurar um serviço de saúde para avaliação médica adequada. Em alguns casos, o diagnóstico pode exigir investigação laboratorial para identificação do agente causador.
O tratamento dos casos de diarreia em crianças envolve, principalmente, a prevenção de forma a evitar que outras pessoas possam adoecer a partir desse agente infeccioso, e a reidratação com a ingestão de líquidos, seja por meio de soros orais ou, em casos mais graves, por fluidos intravenosos. “É fundamental que os pais compreendam que a gastroenterite em crianças menores de 5 anos não deve ser considerada apenas uma dor de barriga e, sim, uma condição que requer atenção médica”, reforça Michely Souza.
Prevenção
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais promove ações que favorecem a prevenção da diarreia, o monitoramento de casos e surtos, bem como a investigação epidemiológica e a garantia de acesso a vacinas essenciais. Além disso, a SES-MG promove ações de educação em saúde para conscientização sobre a importância da vacinação e das boas práticas de prevenção.
Para manter o cartão de vacina atualizado e obter mais informações sobre o calendário de vacinação e a prevenção de doenças diarreicas, os pais podem procurar as unidades básicas de saúde, as equipes de saúde da família, os pediatras que acompanham seus filhos e acessar os sites do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais para obter informações. “A prevenção é a chave para proteger as crianças contra as doenças diarreicas agudas. Por isso, reforça-se a importância da manutenção do cartão de vacinação em dia e atenção aos sintomas”, finaliza.