União para salvar o rio Fanado, no Vale do Jequitinhonha

População e instituições, como a Emater, são parceiras nas ações

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Importante para municípios do Vale do Jequitinhonha, o Rio Fanado tem agonizado nos últimos anos, enfrentando poluição e a redução do volume de água. O socorro veio de cidadãos preocupados com a situação e que, há pouco mais de um ano, lançaram o Movimento SOS Fanado. Em parceria com entidades, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), prefeituras, câmaras municipais, escolas, sindicatos e associações são desenvolvidas diversas ações para preservação e recuperação do Fanado.  
 

Crédito: Divulgação/Emater

A bacia hidrográfica do rio banha quatro municípios. São 120 quilômetros passando por Angelândia, Capelinha, Minas Novas e Turmalina até desaguar no Rio Araçuaí, rumo ao Rio Jequitinhonha e depois no Oceano Atlântico. Suas águas são importantes para o abastecimento das cidades e o desenvolvimento da agropecuária. Mas a poluição tem afetado o rio, que perde em volume  e qualidade da água.

Para escrever um novo capítulo dessa história, cidadãos e entidades se uniram, organizando encontros para estimular a conscientização ambiental de comunidades rurais e na área urbana. “Com o lema ‘Esperar até quando?’, nosso objetivo é superar inicialmente a situação de penúria em que se encontra o rio e, a longo prazo, implantar na nossa região uma consciência ambiental voltada para o uso sustentável de suas águas”, diz o coordenador do movimento, Daniel Sousa.

De acordo com ele, foi possível unir diversas instituições e, por isso, realizar ações de preservação ambiental na bacia hidrográfica do Fanado. “Essa integração e a mobilização comunitária são de extrema importância para atingir os objetivos almejados pelo movimento”, diz.

Até agora foram protegidas cerca de 20 nascentes. Elas foram cercadas e em seu entorno plantadas mudas de árvores nativas. A previsão para 2019 é a proteção de mais 40 nascentes. “Isso tem importância vital e contribui para melhoria da vazão, bem como da sobrevivência do Rio Fanado e seus afluentes”, afirma o gerente regional da Emater, Valmar Gonçalves.

Parceira das ações, a Emater tem trabalhado não só na proteção das nascentes, como na conscientização da população, implantação de bacias de captação das águas de chuva e enxurrada e orientações sobre saneamento rural.

Outro ponto importante é a implantação de duas estações de tratamento de esgoto, em parceria com a Copasa, nos municípios de Capelinha e Minas Novas. “Sabemos que o Rio Fanado diminuiu bastante a sua vazão nos últimos 20 anos. Mas acreditamos que, nos próximos cinco anos, a vazão e qualidade da água melhorem com a intervenção ambiental positiva”, completa Valmar Gonçalves.



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