Cemig e UFMG lançam site de monitoramento contra queimadas
A Cemig e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) lançam nesta Semana Mundial do Meio Ambiente o site Apaga o Fogo! (www.apagaofogo.eco.br).
O projeto é inovador e tem o objetivo de reduzir as interrupções no fornecimento de energia elétrica causadas por incêndios e auxiliar na preservação de áreas de proteção ambiental. A aplicação dessa tecnologia deve representar um importante aliado no combate e prevenção de futuros focos de incêndio nas áreas monitoradas.
Gerente do projeto e engenheiro de tecnologia da Cemig, Carlos Alexandre Meireles do Nascimento destaca que o sistema disponibiliza, em tempo real, imagens que são processadas por meio de algoritmos de inteligência artificial. E avisa que também o público poderá acessar o sistema, auxiliando na identificação e validação precoce dos focos de fumaça e na evolução do incêndio.
“Dessa forma, as áreas de preservação ambiental poderão ser supervisionadas 24 horas por dia, num monitoramento que também contará com a colaboração do público. Como já destacamos, o objetivo do projeto é reduzir os registros de incêndio nos grandes centros urbanos. Para a Cemig e seus usuários, haverá melhoraria na qualidade dos serviços por meio da redução das interrupções no fornecimento de energia elétrica causadas por incêndios próximos às redes de transmissão e distribuição da empresa”, explica.
Professor do curso de Engenharia da UFMG e um dos idealizadores do Apaga o Fogo!, Hani Camille Yehia reforça que a iniciativa pode contribuir efetivamente no combate aos incêndios das áreas monitoradas. Além disso, evoca a colaboração da sociedade, que atua por meio da web e de forma voluntária.
“O objetivo promissor do projeto é escalar a solução, aproveitando a estrutura que já existe de linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica para que sirvam de base para câmeras monitorarem as áreas por onde passam essas redes. Pode-se, assim, identificar incêndios, com base em sistemas computacionais para detecção de fogo e fumaça, ainda em fase inicial, antes de ficarem incontroláveis e de causarem danos severos à natureza e às redes de energia próximas”, destaca.
Áreas monitoradas
Atualmente, o site Apaga o Fogo! monitora, em caráter experimental, a Reserva Biológica da UFMG, a partir de câmeras instaladas no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), e a Mata Serra Verde, a partir de câmeras instaladas na Cidade Administrativa. O projeto está negociando também o compartilhamento das imagens das câmeras Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
As próximas fases do projeto irão contar com um aplicativo para dispositivos móveis. A intenção é facilitar ainda mais o monitoramento das áreas de preservação ambiental próximas às linhas e redes da Cemig, para que o público da web e também órgãos públicos possam atuar no combate a incêndios.
Além da Cemig e da UFMG, o Projeto Apaga o Fogo! tem parcerias com a startup Gaia, responsável pelos algoritmos de inteligência artificial para detecção automática de fumaça e fogo, com a empresa Raro Labs que desenvolveu a plataforma web Apaga o Fogo!, e com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) que atua na concepção e na montagem da rede que integra as câmeras com a Internet.
O projeto é financiado pelo Programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que determina que empresas de energia apliquem 0,5% da sua receita operacional líquida em projetos de inovação.
Ampliação de áreas monitoradas
O planejamento do estudo é ampliar o monitoramento por vídeo nas estruturas das linhas e redes da Cemig. Dessa forma, serão instaladas, em torres de linhas de transmissão, câmeras apontadas para as matas por elas cortadas. As imagens geradas seguem para a Internet, sendo armazenadas em um site criado especialmente para essa vigilância, podendo ser acompanhadas em tempo real por internautas de qualquer parte do mundo e por algoritmos de detecção de focos de fumaça e fogo.
Ao sinal de qualquer indício de fogo ou fumaça detectado pelos algoritmos de inteligência artificial, a expectativa é de que os visitantes da página confirmem o alarme. Com isso, bombeiros e órgãos responsáveis pelo meio ambiente podem ser acionados e atuar no menor prazo possível para debelar o incêndio em sua fase inicial.