Centro Socioeducativo ensina nova profissão a adolescentes

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Duas jovens do Centro Socioeducativo São Jerônimo, em Belo Horizonte, estão aprendendo a confeccionar lingeries e tops. Os produtos são direcionados para uso das demais adolescentes que cumprem medida de internação na unidade. A atividade concilia objetivos terapêuticos, pedagógicos e de formação profissional.

A diretora-geral da unidade socioeducativa, Érika Vinhal, destaca que o mais importante da oficina não é a capacidade produtiva, mas o desenvolvimento cognitivo, percepção, memória, habilidades motoras, criatividade, entendimento de processos e relacionamento interpessoal. “A partir do desenvolvimento dessas capacidades, estas jovens estarão mais preparadas para quando terminarem de cumprir as medidas socioeducativas, além de aprenderem uma atividade com grandes chances de empregabilidade”, reforça.

A intenção da direção geral da unidade é transformar a atividade em um curso de formação profissional.

Os insumos para a confecção das peças — linhas, malhas e rendas — são adquiridos com verbas específicas para as oficinas de produção, direcionadas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio da Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase), e de verbas pecuniárias do Tribunal de Justiça.

Empreendedorismo

Lethicia Barros*, 18 anos, conta que fazer uma calcinha ou top é um verdadeiro quebra-cabeça. “A gente desenha, corta os moldes e vai montando, é incrível. Vou ter minha própria marca”, planeja entusiasmada a jovem do Centro Socioeducativo São Jerônimo.

Apesar de a produção ainda estar em fase experimental, as meninas também aprendem a fazer análise de custos, para que possam, futuramente, saber colocar preços nos produtos.

A oficina funciona de segunda a sexta-feira, em dias intercalados com a fabricação das máscaras para prevenção e combate à covid-19. As atividades escolares também não param, mesmo em época de pandemia, e as jovens assistem aulas gravadas e realizam tarefas escolares.

*Nome fictício para preservar a identidade da adolescente, conforme recomendação do Estatuto da Criança e do Adolescente.