Clima favorece qualidade de uvas da safra de inverno

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Vitivinicultores das regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil comemoram a melhor safra em qualidade desde o início da produção dos vinhos finos de inverno, no início dos anos 2000.

Agora, 20 anos mais tarde, as uvas alcançaram alto nível de sanidade, acúmulo de açúcares, equilíbrio de acidez e concentração de antocianinas e taninos, compostos responsáveis pela cor e estrutura do vinho.

As condições climáticas, que tanto têm afetado o desenvolvimento de outras culturas, foram essenciais para esse desempenho, como explica a enóloga Isabela Peregrino, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). “A longa estiagem deste inverno e o manejo da videira em dupla poda já beneficiam a safra. Contudo, neste ano, a estiagem começou mais cedo, em abril, e seguiu firme por todos os meses até o final da safra, em setembro”.

Os resultados poderão ser sentidos em vinhos brancos e tintos que devem chegar ao mercado a partir do próximo ano.

Qualidade reconhecida

Desde as primeiras safras, há 20 anos, os vinhos de inverno têm se destacado nos circuitos gastronômicos e em premiações nacionais e internacionais.

No município de Andradas (MG), o produtor José Procópio Stella, responsável pela vinícola Stella Valentino, considera esta a melhor safra, em termos qualitativos, desde o início das colheitas, em 2007. “A produtividade média foi mantida e a qualidade das uvas foi excelente, a melhor que já experimentamos”, revela o vitivinicultor, que, dentro de um ou dois anos, pretende inscrever os produtos em concursos de qualidade.

Na propriedade, que também é destinada ao enoturismo, são produzidas as variedades Syrah, Tempranillo e Sauvignon Blanc.