Edição Especial do Suplemento Literário celebra vida e obra de Adão Ventura

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No mês de aniversário do Suplemento Literário de Minas Gerais, que completou 54 anos em 3 de setembro, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), por meio da Superintendência de Bibliotecas, Museus, Arquivo Público e Equipamentos Culturais, publica, no sábado (26/9), em formato digital, a Edição Especial “Adão Ventura – 80 anos, poesia à flor da pele”, em homenagem ao 80 anos de nascimento do poeta mineiro (1939-2004).

Organizada por Fabrício Marques, a publicação celebra a vida e a obra do escritor, natural de Santo Antônio do Itambé, no Vale do Jequitinhonha, e que tornou uma das figuras mais emblemáticas da produção literária negra em Minas Gerais e no Brasil. O número reúne textos de Ricardo Aleixo, Sônia Queiroz, Gustavo Tanus e Leda Martins, que produziram conteúdos especialmente para essa edição especial.

Há, também, contribuições de Sebastião Nunes, Fernando Brant, Silviano Santiago, Paulinho Assunção, Edimilson de Almeida Pereira, Márcio Sampaio e Anelito de Oliveira, que enriquecem a compreensão sobre a poesia de Adão, ao lado de imagens e uma pequena seleção de poemas. Além disso, é reproduzida, na íntegra, uma entrevista do poeta ao jornal Diário de Minas de junho de 1986.

O conteúdo estará disponível no site da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais.

Trajetória

Neto de escravos, o mineiro Adão Ventura Ferreira Reis, nascido em 1939, formou-se em Direito em 1971, pela UFMG, em Belo Horizonte. Tornou-se amigo de outros estudantes, como Fernando Brant, Jaime Prado Gouvêa, Sebastião Nunes e Sérgio Sant’Anna, que estenderam a amizade para a Imprensa Oficial, onde funcionava a redação do “Suplemento Literário”, do Jornal Minas Gerais. Ali, trabalhou como revisor.

Alguns anos pós publicar seu primeiro livro - “Abrir-se um abutre ou mesmo depois de deduzir dele o azul” (1970) - , seguiu para os Estados Unidos, onde lecionou literatura brasileira na Universidade do Novo México. A experiência foi marcante na visão de mundo do poeta, a partir da compreensão do que é ser negro. Voltou decidido a enfrentar o racismo estrutural brasileiro, que se tornaria tema de outras produções.

Adão é autor de outras obras, como “A cor da pele” (1980), “Pó-de-mico de macaco de circo” (1985), “Texturaafro” (1992) e “Litanias de cão” (2002).