Emater-MG leva novas tecnologias a pecuaristas do Sul de Minas
Uma iniciativa da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) tem ajudado na divulgação de novas tecnologias voltadas para a pecuária leiteira em Santa Rita de Caldas, no Sul de Minas. Foram implantadas duas unidades demonstrativas onde os produtores interessados podem acompanhar de perto o desenvolvimento de práticas como sistema Integração Lavoura e Pecuária (ILP), pastejo rotacionado e melhoramento genético.
“A atividade leiteira é a principal do município. Achamos interessantes as unidades de referência, para mostrar como lidar da melhor maneira com a pecuária leiteira e para o produtor ter um bom retorno”, afirma o extensionista da Emater-MG Rodrigo Beck Júnior, que conta com apoio dos coordenadores regionais Marcelo Bomfim e Marcelo Martins. O técnico da empresa ainda ressalta a importância da iniciativa para a divulgação de novas tecnologias para outros produtores.
As duas unidades obtiveram resultados semelhantes, como recuperação de pastagem degradada, melhoria da alimentação do rebanho, aumento da qualidade e do volume do leite produzido. Outro benefício foi a redução do custo de produção.
Integração
Uma das unidades fica na propriedade de Áureo Cássio de Carvalho. Após a implantação das novas tecnologias, a produção da fazenda passou de 130 para 800 litros de leite por dia. A meta para o próximo ano é chegar a 1,2 mil litros diários, com 60 vacas em lactação.
Uma das práticas utilizadas pelo produtor, a partir da orientação de Emater-MG, é o sistema Integração Lavoura e Pecuária (ILP). Em uma área de 20 hectares, ele plantou milho consorciado com braquiária. O milho, além de custear o processo de implantação, garante o manejo da fertilidade do solo. A ideia é possibilitar um modo sustentável de produção de grãos, carne e leite. “Aqui tinha muita erosão e a braquiária era amarelada. Hoje, o pasto está bonito, acabaram a erosão e as pragas, e consegui renovar a pastagem sem custo”, diz Áureo de Carvalho.
Em outra área da propriedade, ele optou pelo pastejo rotacionado. Neste caso, o pasto é dividido em piquetes (pequenas áreas cercadas), possibilitando rotatividade durante a alimentação do rebanho. Geralmente, os animais ficam um dia em cada piquete e só retornam à mesma área quando o capim estiver no ponto ideal para ser consumido, sem comprometer a rebrota. “Diminuiu o consumo de silagem no cocho, de ração e aumentou a produtividade das vacas em dois litros por dia”, conta o pecuarista.
Melhoramento genético
O produtor também investiu no melhoramento genético do seu rebanho, inicialmente, por inseminação artificial, e, recentemente, por transferência de embrião. Nessa técnica, embriões de fêmeas doadoras (animais com padrão genético superior) são transferidos para as vacas receptoras (chamadas de barriga de aluguel).
Áureo de Carvalho adquiriu embriões de programas desenvolvidos por uma empresa de laticínios e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O procedimento resultou no nascimento de 16 novilhas, que estão próximas de completar um ano.
O produtor conta com a orientação técnica da Emater-MG no planejamento e na gestão da propriedade, a fim de reduzir custos de produção e definir quais os investimentos prioritários. Atualmente, o pecuarista está construindo uma nova sala de ordenha para agilizar o serviço que é realizado apenas por ele e por sua esposa. Outra ação é a construção de uma pista de "trato" para as vacas em lactação, com projeto técnico elaborado pela empresa pública mineira, que é vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).