Empresas adotam práticas sustentáveis e reforçam cuidado ambiental em Minas

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Sistemas de energia solar, reaproveitamento de efluentes do processo produtivo, reutilização de água e orientações sobre coleta seletiva. Estas são algumas das boas práticas desenvolvidas por setores produtivos em Minas Gerais, destacadas pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. São medidas que reforçam a importância da participação da iniciativa privada na preservação dos recursos naturais e auxiliam na gestão ambiental do Estado.

Além disso, a adoção de ações pautadas na sustentabilidade no campo empresarial torna-se exemplo para instituições que ainda não realizam boas práticas ambientais. De acordo com o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Renato Brandão, as práticas sustentáveis adotadas no setor produtivo são de extrema importância e convergem com as políticas desenvolvidas no estado.

Ele destaca o papel do setor produtivo no apoio aos empresários para o desenvolvimento de ações renováveis. “Além de trazer um ganho enorme no aspecto ambiental, as práticas sustentáveis são acompanhadas, muitas vezes, de um ganho financeiro com a redução de custos a partir do reaproveitamento de resíduos para obter matéria prima”, frisa Brandão.

Compromisso ambiental

Em Minas, há diversas empresas que já têm o compromisso ambiental incorporado à rotina. A lista inclui empreendimentos de vários setores. Um desses exemplos é a Ouro Fino Agrociência, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, que executa quatro projetos ambientais. A empresa realiza fertirrigação com água da estação de tratamento de esgoto (ETE), utiliza iluminação natural nas unidades produtivas, possui sistema de aquecimento solar da água de vestiários e refeitórios e adotou medidas para redução da geração de resíduos perigosos de classe 1. 

A gerente de saúde e segurança em meio ambiente da empresa, Débora Justine Araújo, conta que todos os resíduos utilizados no processo produtivo, que podem causar contaminação em contato com recursos naturais, passam por processos de incineração.

Também em Uberaba, a Duratex, empresa voltada à produção de painéis em MDF e MDP, orienta os funcionários sobre coleta seletiva. No interior da fábrica, todo o resíduo produzido é separado para ser encaminhado aos aterros. “Temos também uma estação de tratamento de efluentes. Todo nosso efluente é tratado antes de ser disposto na rede pública”, cita o engenheiro ambiental e supervisor de segurança do trabalho da empresa, Wagner Farret.

Ele explica que a Duratex utiliza o lodo que se concentra no fundo da lagoa de tratamento dos efluentes com a cinza da madeira adotada na produção para adubar os pés de eucalipto, matéria prima da empresa. A mistura fica condicionada por cerca de 30 dias. “Após esse período utilizamos para adubação de primeira cobertura, reduzindo a aplicação de fertilizantes. Além disso, com essa compostagem, evitamos enviar cerca de 200 toneladas de lodo e 300 toneladas de cinza para o aterramento, colocando em prática o conceito de economia circular”, acrescenta.

A economia circular é um mecanismo que preza pela reutilização de resíduos para a produção de matéria prima. De acordo com o analista de meio ambiente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Zanforlim, a instituição trabalha na mobilização das empresas para que, cada vez mais, esse conceito faça parte das rotinas produtivas. “Promover o reaproveitamento de resíduos gerados no processo produtivo auxilia na redução de impactos ambientais. São realizados cursos, reuniões e um programa junto aos empresários para que eles prezem por boas práticas ambientais”, explica.

Já o gerente de Meio Ambiente da Fiemg, Wagner Costa, ressalta que, à medida que o Estado promove mudanças na legislação ambiental, a federação atua para auxiliar as empresas no cumprimento das leis. Ele ainda citou a parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) no desenvolvimento do programa de Fiscalização Ambiental Preventiva na Indústria (Fapi). 

Selo

Por conta da importância da conservação natural nas atividades econômicas, a Semad criou, em fevereiro deste ano, o selo “Semad Recomenda”. A iniciativa, que está em fase final de elaboração do edital, vai reconhecer e divulgar programas, ações e projetos voltados à preservação e à manutenção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Além do selo, o Sisema também incentiva as práticas sustentáveis por meio de dois prêmios: o Boas Práticas Ambientais e o Natureza Gerais.