Epamig movimenta mercado de azeites brasileiros em Maria da Fé

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O 15º Dia de Campo de Olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) ocorreu na última sexta-feira (13/3) em Maria da Fé, município no Sul de Minas, e recebeu participantes de todo o país para palestras e visitas guiadas aos olivais. Paralelamente ao Dia de Campo, a 5ª Mostra Tecnológica reuniu expositores do Brasil e do exterior para mostrar produtos e novidades do mercado da olivicultura. De acordo com a comissão organizadora, o evento contou com o número recorde de 40 empresas expositoras.

“Tivemos bons retornos do público e vários elogios acerca das palestras e das dinâmicas de campo”,  destaca o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em olivicultura da Epamig, Luiz Fernando de Oliveira.

O autor do Guia de Azeites do Brasil, Sandro Marques, ministrou palestra com destaque para as tendências do azeite pelo mundo. Em seguida, o público se dividiu em três grupos para dinâmicas de campo. A comissão organizadora montou três estações nos olivais do Campo Experimental da Epamig para tratar de assuntos como: a implantação e o manejo do olival; a importância da determinação do ponto de colheita das azeitonas; e considerações sobre adubação e nutrição das oliveiras.

Novidades na 5ª Mostra Tecnológica

Bem ao lado do local de palestras, a comissão organizadora do 15º Dia de Campo de olivicultura da Epamig instalou os estandes da 5ª Mostra Tecnológica. O espaço foi dedicado para a exposição de produtos e serviços que compõem o ciclo produtivo do azeite, além de produtos derivados das oliveiras.

Um dos produtos que chamaram a atenção de quem passava foi um aparelho que oferece ao produtor a possibilidade de usar tampas completamente invioláveis, o que garante a segurança das garrafas de azeites.

Segundo a empresária Ideli Marcatto, os maquinários para recravar tampas de garrafa no mercado são caros. "A gente trouxe uma quantidade considerável de tampas para mostrar como o nosso produto funciona na prática. Não estamos nem na metade do evento e quase não temos mais tampas, tamanha a curiosidade e o interesse do público. A adesão é muito grande”, celebrou Ideli, que desenvolveu um produto com custo bem menor.

​A Mostra foi encerrada com uma visita guiada à agroindústria Fio de Ouro, em Maria da Fé. O público teve a oportunidade de conferir de perto o lagar da empresa e a extração de azeite em uma das maiores máquinas extratoras do Brasil, produzida em território nacional, com capacidade de processar 1.500 quilos de azeitonas por hora.

Também estiveram presentes na 5ª Mostra Tecnológica empresas de maquinários agrícolas de grande porte, mudas, livros, cosméticos e, claro, fabricantes de azeites.

Desafios do mercado de azeites nacionais

Como parte da programação técnica do 15º Dia de Campo de Olivicultura, os azeitólogos Ana Beloto e Paulo Freitas conduziram palestra sobre as expectativas e a realidade do mercado de azeites nacionais. Para Ana, é preciso ensinar para os estrangeiros que o Brasil é o novo mundo dos azeites. Além disso, a azeitóloga ressalta as características sensoriais dos azeites brasileiros como um traço forte que demonstra personalidade.

“O sensorial tropical é o que mais chama atenção quando apresentamos os azeites brasileiros para degustadores ao redor do mundo. Em concursos internacionais nossos sabores estão sendo pontuados e valorizados. Eu sempre gosto de frisar que o parâmetro internacional é uma referência, mas não um espelho. Nós tempos nossos sensoriais como diferenciais, e isso é uma conquista”, afirmou Ana Beloto.

Paulo Freitas destacou os mais de 300 produtores de azeite na Mantiqueira e no Rio Grande do Sul, responsáveis por mais de 100 marcas comercializadas no Brasil. O azeitólogo também citou as novas formas de geração de renda oriundas da olivicultura, como o turismo nos olivais, a gastronomia e os novos produtos. “Estamos acumulando prêmios internacionais na Europa e nos Estados Unidos. É muito interessante porque estamos competindo com países que possuem culturas de azeite centenárias”, ponderou Paulo.

A dupla também falou sobre os desafios que o mercado de azeites brasileiros enfrenta no país e o papel das empresas de pesquisa na elaboração de respostas junto aos produtores.

Entre os desafios destacados estão as grandes oscilações de produções dos olivais; a elaboração de protocolos de práticas agrícolas; o entendimento sobre olivais não produtivos; a necessidade de parcerias entre produtores; o desenvolvimento de novos produtos e de canais de comercialização.