Estado atua na prevenção em pomares de citros
Produtores de citros de Minas Gerais já estão atentos ao monitoramento e manejo contra a ocorrência de pragas, principalmente o HLB. Mais conhecida como greening, a doença causa prejuízos econômicos e pode gerar gargalos ao setor.
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), monitora o HLB nas fazendas de laranja, limão, mexerica e demais frutas da categoria. Entre os procedimentos estão dados coletados duas vezes por ano nas propriedades rurais.
Nesta quarta-feira (15/7), o IMA inicia o primeiro balanço de 2020, que revela informações sobre a ocorrência da doença, área do plantio e eliminação de plantas doentes. Cerca de 800 relatórios já foram entregues pelos citricultores no site do IMA ( www.ima.mg.gov.br) ou via e-mail da unidade na qual o produtor é atendido. O procedimento é obrigatório.
O panorama semestral será analisado e apresentado ao setor produtivo nos próximos dias.
Inspeção
A inspeção nas propriedades de citros é realizada a cada três meses em parceria com engenheiros agrônomos da iniciativa privada habilitados.
O fiscal da Gerência de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, Leonardo do Carmo, aponta a participação do citricultor, assim como a de todos os elos da cadeia produtiva, como fundamentais para a prevenção ao HLB nos pomares. “As frutas ficam comprometidas para comercialização, seja pelos aspectos físicos e deformações nas polpas, ou pela alteração na característica do suco. A inspeção e o manejo adequados são imprescindíveis”, alerta, acrescentando que a erradicação de plantas doentes não é a única forma de evitar a disseminação da praga. “É necessário o controle do vetor”, justifica.
Dados do IMA apontam que nos últimos 15 anos 633.873 plantas com HLB foram erradicadas em MG, o que corresponde a 10 mil hectares, cujos pomares já foram em sua maioria recompostos.
O estado possui aproximadamente 53 mil hectares de área plantada de citros.
Novas metodologias
Em prevenção à covid-19, a entrega de relatórios passou a ser on-line. A fiscalização remota também dará suporte à certificação fitossanitária de origem e à verificação do transporte de produtos que são obrigatoriamente submetidos a documento sanitários. “O desenvolvimento da fiscalização remota permitiu agilidade na análise e na verificação de risco. Nos próximos meses estabeleceremos novas metodologias para aperfeiçoar ainda mais os procedimentos”, projeta Carmo.
Após identificar a existência de plantas contaminadas com HLB, o IMA encaminha ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o resultado de diagnóstico emitido por laboratórios credenciados na Rede Nacional de Laboratório Agropecuários.
A coleta de amostras das plantas e a remessa para análise em laboratório credenciado é feita por engenheiro agrônomo responsável pela emissão do Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) ou Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado (CFOC). Ambas as habilitações são concedidas após cursos ministrados por fiscais do IMA.